Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Começa o clássico

07/10/2005


O árbitro nem apitou, a bola não está rolando, o próximo final de semana ainda não é de rivalidade, mas o clássico já começou. E começou quente, pelo menos no que diz respeito ao desespero que já começa a tomar conta pelos lados verdes.

Com o enorme receio de descer mais um pouco na tabela e com a sensação de ver o Furacão passar voando e deixar os verdes para trás na competição, o técnico do time coxa-branca ignora o respeito e a humildade e anuncia em alto e bom tom que vai vencer o clássico. Afirma, com todas as letras! Que beleza, 1 x 0 para o Atlético.

Não bastasse tamanha arrogância e tamanha certeza da vitória, a angústia é transmitida da comissão técnica para a diretoria. Como algo extremamente contagiante, o desespero para chamar a torcida faz com que os dirigentes do arqui-rival lancem um preço reduzido de ingressos com o objetivo de encher (lotar não...) o remendado estádio verde. Um valor promocional, apelativo e chamativo para atrair um povo descrente e preocupado. Maravilha, 2 x 0 para o Atlético.

E assim segue o clássico, quente como deve ser. O Atlético, seguindo a regra de respeitar o adversário, seja ele qual for, vai dando continuidade ao seu trabalho, retomando seu rumo, colocando-se no lugar que é seu (nada mais justo) e vai apenas observando as reações típicas de um time preocupado em ser absolutamente lançado ao grupo de rebaixamento pelo seu maior rival.

Se isto acontecer, será algo extremamente natural. E que continuem as provocações e os deslizes do time de um estádio inteiro, maquiado e remendado. Com o andar da carruagem, vai ser goleada! Mas antes disso, eles tem pela frente o Papão, no Mangueirão, quem sabe já antecipando o clássico do próximo ano.


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