|
|
Ricardo Campelo
Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.
|
|
O Retrato do Velhinho
29/09/2005
|
|
|
"Bota o retrato do velho outra vez,
bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
faz a gente trabalhar"
Com este refrão, o compositor Francisco Alves (obrigado, Google) descreveu o sentimento do brasileiro com a volta de Getúlio Vargas à presidência da república em 1951. Aos 67 anos, Getúlio vencia as eleições presidenciais com amplo apoio da população, entusiasmada com a volta do “velhinho”.
Nesta semana, o Atlético recolocou na parede o retrato de outro velhinho. Evaristo de Macedo foi o primeiro treinador do Furacão na volta do Clube à elite do futebol há quase 10 anos atrás. E todos lembram que seu trabalho foi extremamente positivo; o Atlético, vindo da série B, foi uma grande surpresa ao se classificar na 4º posição geral mostrando um esquema concatenado e eficiente. O Clube parou nas quartas-de-final após um duelo muito equilibrado contra o xará mineiro em dois jogos – no segundo deles, não pôde contar com o artilheiro Oséas, que recebeu um cartão amarelo suspeito na partida do Mineirão.
Evaristo está de volta ao comando e, pelo jeito, seu sorriso, assim como o de Getúlio, vai fazer o povo trabalhar. No dia seguinte ao anúncio de sua contratação, nada menos do quatro jogadores deixavam o Departamento Médico, no qual permaneceram durante boa parte do Brasileiro enquanto o comandante era Antonio Lopes.
Um treinador pode influenciar no time de várias formas. As principais são a parte tática e a motivacional. Antonio Lopes tinha um espetacular conhecimento técnico, como nós do Furacao.com pudemos averiguar na entrevista realizada com o “Delegado”. E, no início de seus trabalhos no Atlético, acrescentou muito na parte motivacional aos jogadores. Essa combinação é que levou o time à segunda colocação do campeonato mais importante do continente. Contudo, seu estilo durão e seu tratamento ríspido passou a desagradar os atletas. Aquela vontade que vimos o grupo demonstrar na Libertadores foi esfacelada, e o clima pesou no CT do Caju (volto a cobrar a presença de um Diretor de Futebol no Atlético, que poderia ajudar a contornar estas situações).
O povo agora se anima com Evaristo. Boa praça, animado, trouxe sorriso ao rosto dos jogadores. Mas será que o velhinho vai conseguir engrenar o time no aspecto tático? Ao menos, o novo treinador terá à sua disposição mais cartas. Dava para ter pena de Lopes quando olhava para o banco de reservvas e suas opções de mexer no time giravam em torno dos inexperientes Jadílson e Thiago Almeida. Na melhor das hipóteses, Evaristo pode ter um meio formado por Alan Bahia, Cristian, Evandro e Ferreira, e no ataque as duas vagas serão disputadas por Dagoberto, Aloísio, Lima, Finazzi e Denis Marques – todos, além de tudo, motivados com o novo comando técnico.
Evaristo tem tudo para ter sucesso. E é bom que tenha, pois a situação na tabela é preocupante e, em caso de fracasso, desta vez não é o velhinho que vai se suicidar, mas nós atleticanos.
|
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.