Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

A sujeira do futebol brasileiro

27/09/2005


Amigos, este não é um texto para falar do Atlético - aliás, o que dizer depois da pífia atuação deste domingo contra o Figueirense, quando o time se esqueceu de entrar em campo, e ainda perdemos nosso treinador? Vamos falar de outros assuntos...

Um otário. É assim que eu me sinto. É assim que muitos torcedores devem se sentir depois da revelação deste vergonhoso escândalo das arbitragens vendidas. Sempre vi os inúmeros erros de arbitragem (penalidades não marcadas, gols inexplicavelmente anulados, expulsões sem motivo aparente), mas achava que o problema era o nível técnico da arbitragem. Esta última semana marcou a revelação daquela que é apenas a ponta do iceberg de um dos capítulos mais nojentos do futebol brasileiro - temo pelas futuras revelações que teremos. Ou alguém acha que apenas o Edílson está envolvido nisso?

Sobre Edílson: um árbitro que, comprovadamente, falsificou seu diploma do ensino médio. Gostaria de saber quem são os responsáveis por manter uma pessoa que já deveria estar presa há muito tempo no comando de um apito, definindo resultados de um esporte que é nossa paixão. Muitos torcedores saíram tristes, muitos saíram exultantes dos seus estádios após as partidas - e agora, esta alegria, esta tristeza, foram por nada? Foram sentimentos armados por um árbitro mal-intencionado? Por apostadores mal-intencionados?

Como se sentiram os torcedores do Paraná Clube após perderem para o Coritiba em uma arbitragem muito suspeita, realizada por um dos envolvidos no esquema do "Bruxo"? Ouviram gozações, humilhações por um resultado forjado? A torcida do Atlético comemorou o troféu estadual, e agora este título corre o risco de ser impugnado, por conta de jogos como o clássico citado acima?

Isto porque estes escândalos se referem apenas ao ano de 2005. O caso Ivens Mendes (que envolveu muito mais clubes do que Atlético e Corinthians, mas foi abafado pela imprensa e pela própria CBF), o caso Sandro Hiroshi, as papeletas amarelas do Flamengo, as arbitragens vergonhosas da década de 80, famosa pelos inúmeros campeonatos sob suspeita pelo Brasil e pelo mundo.

Gostaria muito de falar sobre o Atlético. Sobre a saída do Antonio Lopes. Sobre a medíocre campanha até o momento. Sobre a festa da torcida atleticana, sobre as iniciativas. Sobre a belíssima campanha Libertadores de um Sorriso - um parabéns aos organizadores Rogério, Mariana, Nadja e mais quem quer que eu tenha esquecido-me aqui. Sobre o mosaico que está sendo planejado. Temos assuntos para serem comentados.

Mas o momento agora é de limpeza. Conclamo a todos os torcedores (não somente nós atleticanos, mas todos os torcedores de outras equipes que acessam a Furacao.com) que tenham interesse em um futebol brasileiro limpo que comecem a se manifestar. Que exijam das diretorias de seus clubes que tomem uma posição firme, que se unam em prol do afastamento de toda esta escória do futebol brasileiro.

E que, no futuro, o futebol volte a ser a principal manchete. Que tenhamos os gols, os passes, as belas jogadas, as festas das torcidas, como notícia. Penso já em 2006, pois o futebol em 2005 está morto. Qualquer que seja o campeão, terá seu título questionado por todos os seus adversários. Os que acabarem entre os últimos terão ao seu dispor um arsenal de razões para impugnarem o resultado deste campeonato.

Triste. Mas eu ainda tenho esperanças de que poderemos ver um campeonato limpo, disputado dentro das quatro linhas. E que o torcedor voltará a sorrir ou chorar pelo seu time, de forma honesta.

Saudações rubro-negras, esperando um futuro melhor! E que venha o Flamengo!

Ausência

Estive ausente por um período por razões pessoais, algumas dificuldades. Mas estamos de volta! Unidos por um Atlético mais forte! Por um futebol brasileiro mais forte! Por um futebol brasileiro mais limpo!


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