Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Obrigado, Antonio Lopes!

26/09/2005


Nem de todo o bem, nem de todo o mal. Resumo desta forma a boa passagem de Lopes pelo Atlético. Sim, eu mesmo, que assim como inúmeros atleticanos, também desconfiei de sua contratação e também fiz cara feia quando seu nome foi anunciado. Não pelo profissional que é, mas pela situação em que o Atlético se encontrava, após um jogo de erros e acertos, no vai e vem dos técnicos, e também na fresca memória da perda do título estadual em 2004, dentro de casa, para o rival.

Após cair de joelhos no gramado da Arena, em ato teatral, e após a torcida atleticana cantar em verso e prosa a canção da chupeta para Lopes não chorar, pouco tempo depois o professor seria anunciado como nosso treinador e comandante dos destinos do Furacão. Uma baita responsabilidade reservada a um homem que desta vez estaria ao lado da gigante massa rubro-negra.

Apenas ele, Antonio Lopes, poderia reverter sua imagem e ser um aliado do torcedor atleticano. Conseguiu! Em pouco tempo, com ousadia e experiência, não precisou título para ter o torcedor jogando a seu lado. Mesmo com o baixo rendimento da equipe no campeonato brasileiro, não podemos deixar cair no esquecimento as belíssimas vitórias contra Fluminense, Vasco (essa memorável), Cruzeiro e São Paulo, jogos em que o time esteve com a cara do treinador: ousado e valente.

Mas o real objetivo desta coluna é o destaque especial ao patamar alcançado no torneio da América. O Atlético chegou, levado por sua torcida e por seu treinador, a um lugar em que jamais havíamos sonhado em chegar tão rápido dentro deste novo conceito que é o Atlético no cenário nacional e mundial. E é justamente aí, nesta nova trajetória iniciada em 1995 por Mário Celso Petraglia, que Antonio Lopes entra como um dos grandes responsáveis por concluir uma década de novos projetos, com um enorme presente à nação atleticana: o vice-campeonato da Copa Libertadores da América.

Isto sim deve ser lembrado e colocado como destaque principal na história do Atlético, tendo na sua linha de frente o treinador polêmico, competente e que levou o torcedor atleticano à loucura, como o segundo melhor time da América. Ele leva consigo, em sua bagagem, uma história vencedora e a grande honra de ter escrito, junto com milhões de atleticanos, um dos mais belos capítulos já escritos na história do Clube Atlético Paranaense.

Boa sorte e muito obrigado, Antonio Lopes!


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