Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Presa fácil

23/09/2005


O surpreendente Botafogo, que ao lado do Paraná Clube é sempre candidato ao rebaixamento, mas largou bem no Brasileiro, deu sinais de que seria facilmente derrotado na Kyocera Arena desde antes do jogo. Um time que chega a Curitiba na quarta-feira à noite, sequer treina na capital paranaense, onde a temperatura é muito menor do que no Rio de Janeiro, obviamente não terá forças para segurar o Atlético dentro de seu caldeirão. Além disso, a análise equivocada do veterano atacante Guilherme de que seu time só não seria goleado se partisse para cima do Atlético e a aposta de Celso Roth em um Ramon visivelmente acima de peso ao invés do artilheiro Alex Alves facilitaram a vida rubro-negra, que já começava a estar ameaçada pelo fantasma do rebaixamento.

Com tudo conspirando a favor, o Atlético teve apenas que jogar o necessário para vencer com sobras o Botafogo. Com direito a muitos gols perdidos, capricho na cobrança do segundo pênalti e retorno de Jadilson que dizem ter brilhado no Sport Recife, mas que aqui ainda não mostrou seu valor, exceto em uma partida contra o Juventude, no Brasileiro de 2002, quando o atacante marcou três gols, mas o jogo pouco valia e teve um ar de amistoso, em pleno campeonato nacional.

Os pontos positivos foram a bela estréia de Cristian na Arena, a eficiência da dupla de zaga, principalmente com Paulo André que não perdeu uma disputa com os atacantes botafoguenses, a afirmação de Ferreira como o “novo Adriano”, o bom trabalho dos laterais Jancarlos e Marcão e o faro de gol de Finazzi, comprovando definitivamente a fama de artilheiro em todos os clubes onde passou. Evandro, fantástico na jogada do primeiro pênalti, parece sentir a falta de Fabrício ao seu lado, pois além de estar sendo sacrificado pelo esquema que exige que dê combate aos laterais adversários, tem produzido menos do que o habitual. Principalmente quando todos sabem que o jovem meia pode ser o jogador diferenciado da equipe.

Faltou ao time um pouco mais de precisão nos arremates a gol, especialmente com Denis Marques que, ansioso para voltar a marcar em casa, desperdiçou boas chances, entre elas uma cobrança de pênalti que no meu entendimento deveria ser novamente cobrado por Ferreira. Agora, resta ao Atlético somar pontos nos próximos seis jogos, contra Figueirense, Flamengo, Fortaleza, Brasiliense, Coritiba e Atlético de Minas, porque depois desta seqüência virão seis confrontos complicados, contra Fluminense, Paraná, Vasco, Palmeiras, Goiás e Cruzeiro. A tabela reserva ainda três últimos jogos que parecem fáceis, mas podem ficar perigosos, caso ainda tenhamos algum risco na competição.


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