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Ricardo Campelo
Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.
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Um papo com um amigo nesta semana reforçou uma convicção que já tenho há algum tempo: o atleticano está cada vez mais impaciente. Tornou-se exigente, o que de um lado é bom para não deixar o Clube “se acomodar”. De outro lado, muitos jogadores, em especial os recém-chegados, ficam sem ambiente para desenvolver seu futebol, o que prejudica não só o jogador, mas o time e a torcida também, que às vezes podem estar se privando de ver um atleta evoluir e trazer-lhe alegrias.
Já me penitenciei aqui quanto ao atacante Lima. Em sua chegada, Lima repetiu nos primeiros jogos as atuações que eu havia visto no Coritiba – e que não foram boas. Me informei também que os torcedores do Cruzeiro também não haviam aprovado o jogador, que, igualmente, não se firmara em Portugal. Foi o que bastou para que eu passasse a criticá-lo em minhas colunas (nunca no estádio), sem sequer acreditar que pudesse melhorar. Fui burro. Acreditei nos coxas quando diziam que Lima era ruim – os mesmos coxas que não aceitaram o futebol de Warley, Marcão, entre outros, e que achavam que o problema do time deles era o Antonio Lopes. Fui injusto, e Lima calou a mim e a muitos outros com seu futebol.
Outro jogador que critiquei bastante foi Fabrício. Já não acho que eu tenha sido injusto, pois o meia tivera várias oportunidades para se firmar, e não demonstrava nem mesmo uma gana de melhorar. Foi Lopes quem deu a ele a dica para se firmar no time: mostrar raça, vontade, e querer melhorar. O fato é que, antes de ser arrebentado pelo são-paulino Alex, Fabrício estava em excelente fase, melhorando a cada jogo e mostrando futebol digno de vestir a camisa atleticana. Isso prova que qualquer jogador pode melhorar. É preciso, claro, que ele tenha perseverança, mas é preciso também que a torcida tenha paciência.
Neste ano, já vi alguns jogadores sendo fritados pela torcida. Adriano, o zagueiro que veio com histórico ruim do Atlético-MG, teve duas partidas boas – na minha opinião – contra Brasiliense e Coritiba, mas, por ansiedade, talvez, deu algumas “espanadas” e já foi “pegado no pé”. Cléverson, meia que era muito elogiado no Rio Grande do Sul, causando lamentação em Grêmio e Internacional por não terem conseguido contratá-lo, teve duas oportunidades com o treinador Edinho: uma como lateral, outra na posição de volante. Em sua posição, de meio-campo, atuou apenas contra o Paysandu. Entrou no segundo tempo, em uma baita de uma fogueira, já que o time inteiro estava mal. Não atuou bem, acabou sacado por Lopes e já é descartado pela torcida. O tal Tavares, antes mesmo de atuar, já era execrado pela crônica (leia-se o Sr. Airton Cordeiro) simplesmente pelo fato de ter atuado na Somália. Jogadores como Leandro, Netinho e Jonatas também não tiveram grandes oportunidades e foram descartados.
Precisamos ser mais pacientes. Principalmente no estádio. Vaiar o time, ainda que esteja mal, é inadmissível. Gritar olé para o time adversário então, é o cúmulo. Agora que diretoria e torcida organizada estão em harmonia, é inaceitável que o Atlético possa ser prejudicado por esta impaciência do torcedor. O time, em especial os jogadores, merecem um voto de confiança. Craques do passado como Adriano, Kelly, Kléber, Lucas, Oséas, Kleberson, Paulo Rink, entre outros, não chegaram resolvendo já em sua estréia. Uns chegaram até a ser perseguidos pela torcida, antes de começar a render. Atualmente, o jogador primeiro precisa jogar bem para depois ter o apoio dos torcedores. Tem que ser o contrário: vamos dar a confiança que eles precisam, pois aí será mais fácil que eles atuem bem, e aí o objetivo comum, que é ver o Atlético vencedor, ficará mais perto.
Orkut
Em viagem, tive que assistir pela televisão o jogo do Atlético contra o Juventude. Como acontece em praticamente todo jogo televisionado ultimamente, perdi alguns lances em que o câmera está filmando a expressão do técnico, o rosto do jogador que acabou de perder um gol, o cartaz que algum torcedor “Robert” está mostrando... tudo isso com a bola rolando solta, o jogo comendo. Em homenagem a este desvirtuamento das transmissões futebolísticas, indico esta comunidade do orkut:
Filma o jogo, Galvão!
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