Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Direto da terra das Araucárias

30/08/2005


Quando penso que o assunto se encerra, ele volta à tona. Lembrei-me do excelente livro Abusado, o dono do morro Dona Marta do jornalista Caco Barcelos, quando o protagonista, o jovem traficante Juliano VP fala que matar “os homi” é roubada: pra cada um que você apaga, aparecem mais uns cinco pra vingar a morte. Porém, a ignorância e intransigência de alguns torcedores do tricolor do Morumbi não podem ficar sem resposta.

Sou paranaense sim, com muito orgulho sim. Da terra das belas Araucárias e do Estado que detém a maior porção linear de nossa rica mata atlântica. Pé vermelho? Aos desinformados aviso: no norte do Paraná a terra é sim vermelha, tendo feito Londrina a capital mundial do café até a década de 70.

Da terra de Helena Kolody, a poetisa mais doce que o Brasil conheceu. Do loucos contos do Vampiro de Curitiba, Dalton Trevisan e da poesia forte, das novelas e crônicas do atleticano Paulo Leminski. Aos desinformados, lembro que a Revolução Federalista passou e quase capitulou na cidade de nome pequeno e espírito grande: na Lapa.

Aos que teimam em nos tratar como time pequeno lembro da grandeza das cataratas do rio Iguaçu, que faz de sua foz a mola propulsora de 25% da energia elétrica do Brasil. O Estado com sua gente trabalhadora não quer diminuir ninguém, quer apenas mostrar sua cara. Mostrar que se pode beber a melhor cachaça de banana ou comer o barreado no litoral paranaense. Há exatos 152 anos, não somos mais a V Comarca de São Paulo.

O Atlético é assim também. Não quer tomar o lugar de ninguém, quer conquistar seu próprio espaço. Quer ter identidade própria, mostrar que quer sim ser grande, aliás, permanecer entre os grandes. À parte da imprensa do eixo, principalmente aos “umbigocêntricos” paulistas, cabe o recado: o crescimento do Atlético veio para ficar. Assim como o Estado do Paraná, que cresce, se desenvolve e hoje já é a 4ª economia do país.

Deixem o Atlético para nós atleticanos. Livre de qualquer mania de perseguição, mas não posso ficar calado em ver o massacre que a grande mídia impõe ao rubro-negro pelos recentes episódios contra os times da paulicéia desvairada.

Estamos incomodando, pois sim. E isso é só o começo.

ARREMATE

Ainda que fuja, o final é certo. E sabido.


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