Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

O conto da macaca

28/08/2005


Pouco mais de onze mil atleticanos testemunharam. O Atlético entrou em campo como se fosse uma mera questão de tempo fazer o primeiro gol. Engano, puro engano!

O “efeito macaca” pesou de maneira forte e a equipe sentiu, naturalmente, que a vitória viria de repente, sem muito esforço, como aconteceu em Campinas. Esqueceu de dois detalhes importantes: a torcida ajuda muito, mas não faz milagres, e o fraco time da macaca não chega nem perto do perigoso e bem armado time de Caxias.

Lazaroni não tem em suas mãos um excelente elenco, mas com o que tem, se vira e torna o jogo sempre “enrolado” para o adversário. Nos contra ataques, só não venceu o sonolento time do Atlético hoje porque estava em terras adversárias, caso contrário, teria a torcida a seu favor e somaria mais três pontos na tabela.

Está certo, o time rubro-negro tem lá seus prejuízos. Aloísio precisa voltar (e com urgência), perdemos o meio campo (Fabrício e Evandro) pelo menos por enquanto, e não podemos depender do Caetano para resolver as coisas pela meia. Finazzi não está bem, Denis Marques está retornando só agora e não está adaptado à equipe, Schumacher e Ricardinho sem ritmo de jogo. Só para dar uma passada rápida ainda pelo ataque, dependemos das jogadas ousadas de Lima para chegar ao gol adversário. Tirando isso, são apenas chutões e lançamentos ou jogadas pelas alas que nem sempre produzem algum efeito.

Tudo bem, a equipe tem lá seus prejuízos, mas precisa acreditar mais, ser mais ousada, tentar mais. Apenas raça não basta, assim como apenas técnica não basta. Nem sempre uma vitória será tão fácil como foi em Campinas, nem sempre o embalo da torcida buscará o empate, como nesta tarde de sábado. É preciso que a grande força esteja dentro de campo, não importa quem lá esteja.

O Atlético precisa saber que não está jogando um bom futebol. Grandes vitórias estão acontecendo, casos de Vasco, Cruzeiro e São Paulo. Destes três jogos, duas vitórias ocorreram em razão da mágoa, outra quase foi por água abaixo, não fosse novamente a “voz da arquibancada” e a estrela de Schumacher. É preciso melhorar, e rápido, ainda temos tempo.


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