Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

O instinto matador do Atlético

26/08/2005


O Atlético tem por tradição, um time que joga ofensivamente, pressionando o adversário e fazendo muitos gols. Nem tínhamos a força de hoje e já éramos conhecidos pelo poderio ofensivo. Atacantes sempre se consagraram no clube, como Sicupira, Zé Roberto, Joel, Washington, Assis, Carlinhos, Renato Sá, Vilson, Manguinha, Ratinho, Renaldo, Marco Antonio, Oséas, Paulo Rink, Tuta, Warley, Lucas, Kleber, Alex Mineiro, Dagoberto, Ilan, Washington Coração Valente, Denis Marques, Aloísio e Lima. Claro que me esqueci de muitos, especialmente os mais velhos que não tive o privilégio de acompanhar. Mas a lista citada não é taxativa, apenas ilustra a grande quantidade de bons atacantes que tivemos em nossa história.

A preocupação do atleticano sempre foi ver o time jogando para frente, encurralando os adversários dentro do Joaquim Américo. Gols sofridos eram sempre respondidos com mais gols a favor. Essa característica fez do Atlético um time ofensivo, com instinto matador. Na nossa principal conquista, o título brasileiro de 2001, estabelecemos, na época, a segunda melhor marca de gols em um Campeonato Brasileiro. Ano passado, ficamos atrás apenas do Santos, tendo ainda o maior artilheiro da história do campeonato, o matador Washington, com 34 gols.

Neste ano, no início do campeonato, o Atlético marcou apenas cinco gols em dez jogos. Uma média vergonhosa de 0,5 gols por jogo. Esses números não condiziam com a história do clube e era tão feio quanto a lanterna da competição. No entanto, a partir do Atletiba o time voltou a balançar as redes adversárias com freqüência. Foram 30 gols em 12 jogos, uma excelente média de 2,5 gols por jogo – superior à média do melhor ataque do campeonato, o Corinthians. Na Kyocera Arena, o Atlético marcou 23 gols em onze jogos, pouco mais de dois por jogo. Os números na Arena atleticana não são melhores por causa do mau início, quando nem em casa marcamos muitos gols.

Além da boa média de gols, os artilheiros atleticanos estão se consagrando pelos belos gols. Lima, Fabrício e Jancarlos já receberam o prêmio de Gol do Internauta da Rede Globo, concedido ao mais belo tento da rodada do Campeonato Brasileiro. Outra disputa importante é a Chuteira de Ouro de Revista Placar. Kleber, em 2001, e Washington, em 2004, já venceram a disputa iniciada em 1999, que premia o artilheiro máximo do ano no futebol brasileiro. Nesse ano, o atacante Finazzi já está em terceiro lugar, atrás de Fred e Robinho. Como o santista já se apresentou em Madrid e o cruzeirense pode ser o próximo a deixar o país, o atleticano surge como mais forte candidato ao prêmio oferecido pela revista.

Em 2005, o Atlético conta com um fantástico grupo de atacantes, talvez um dos melhores da história do clube. O Furacão conta com artilheiros como Aloísio, Lima, Finazzi, Dagoberto, Denis Marques, Schumacher, Ricardinho, Caetano e Anderson Aquino no elenco. Uma bela dor de cabeça para o treinador Antonio Lopes escalar, mas uma grande satisfação para o torcedor que se acostumou a ver um Atlético com instinto matador, desde sua origem!


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