Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

O reinício

24/08/2005


Exatos quatro meses atrás, em uma quarta-feira, dia 24, como hoje, mas de abril, largávamos no Campeonato Brasileiro. Naquela noite perdíamos para a Ponte Preta, dentro da Kyocera Arena, por 1x0. Resultado estranho e pouco aceito pela torcida que ainda não vivia uma lua de mel com a diretoria nem com os atletas. O time do Atlético era bem diferente: Cleverson, Baloy, Durval, Leandro, Jorge Henrique e Maciel figuravam entre os titulares e Simão, Caetano e Dennys Penna apareceram como opção para empatarmos o jogo no final. O treinador era Edinho Nazareth que após um bom começo já enfrentava processo de fritura.

O início do Campeonato Brasileiro foi turbulento para o Atlético que perdeu inúmeros jogos, amargou a zona de rebaixamento e trocou de técnico. Em determinado momento passou a ser necessário a divisão entre o grupo da Libertadores e o do Brasileiro. Um fazia sucesso, outro amargava maus resultados, sempre iluminado pela forte e preocupante luz da lanterna. A Libertadores passou e o time se reergueu, mostrando o potencial de um grupo que era considerado favorito ao título brasileiro e fez história no torneio continental. Já era tarde para aspirar uma posição ao sol, mas os vexames diminuíram e presenciamos belas vitórias, como contra Cruzeiro, Vasco, Coritiba e São Paulo.

Hoje, a Ponte Preta novamente é o adversário. Não existe mais o nervosismo da estréia, mas a necessidade de um bom resultado para afastar o Atlético de vez do grupo de baixo. A Ponte, principal surpresa das primeiras rodadas da competição, vive uma grave crise. Perdeu treinador, jogadores importantes e não vence há cinco jogos. A torcida já prevê uma repetição do filme de 2004, quando a Macaca acabou o turno em segundo e o campeonato em décimo. O treinador interino Nenê Santana conhece bem o grupo, mas com vários desfalques deve apostar em um meio repleto de volantes, visando antes se defender para depois atacar. O Atlético também entrará em campo desfalcado de seus laterais titulares, de Fabrício e Aloísio, mas aposta na boa fase do time para surpreender – algo que não tem acontecido nos jogos fora da Kyocera Arena.

O que podemos esperar do Atlético nesse segundo turno? Eu aposto que o time brigará pelo simbólico título de campeão do returno que não trará nenhum benefício ao time, além do Troféu João Saldanha entregue pelo Diário Esportivo Lance! O ideal seria somar mais 40 pontos, um a mais do que o Corinthians fez no primeiro turno. Com 65 pontos ao final do campeonato, o Atlético garantiria uma vaga na exótica Copa Sul-Americana e terminaria a competição entre o sétimo e décimo lugar. Nada de extraordinário para quem se acostumou a disputar títulos nacionais e internacionais, mas ao menos uma posição honrosa na classificação final.

Não vamos esquecer que teremos, enfim, os retornos de Dagoberto e Denis Marques no returno, aumentando o poderio ofensivo do Atlético, sua eterna marca registrada em qualquer competição que disputa. Boa sorte ao Furacão nesse novo turno e que as vitórias épicas continuem, mas os fracassos diminuam!


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