André

André, 46 anos, é jornalista. Não abre mão de ser dono do seu Atlético. Vibrou quando o Fião matou no peito aquela bola que ia entrar e saiu jogando com categoria. Abraçou o Vivinho na goleada contra o Cascavel e, diariamente, reza por Alex Mineiro. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2005.

 

 

Acorda pra vida, Atlético!

16/08/2005


Como diz aquela propaganda que já pelou o saco da turma – incluindo suas adaptações chulés para a internet – têm coisas que só o Atlético faz por você. Seje para o bem, seje para o mal. Pode crer. Para o bem, nem precisaria citar. Um vice-campeonato da Copa Libertadores da América foi como dar milho pra bode, e a massa rubro-negra se esbaldou. Para o mal, o desempenho no Campeonato Brasileiro, que está numa falta de desorganização terrível.

Confesso que ainda se adonavam da minha pessoa – especialmente durante o sono – flashbacks multicoloridos da experiência quase psicodélica que foi ter chegado às finais da competição internacional. Mas a rebarba dessa sensação estupefaciente não está sendo capaz de espanar pro mato a bad trip da disputa nacional. No meu Antonio Carlos Gomes já estava apontado e grifado: Atlético chega ao décimo lugar, alinha, esterce, disterce, apruma e estaciona beleza. Que nada. Um turno corrido e nós estamos de Galaxy procurando vaga em plena Marechal Deodoro.

E alerto, se não ajeitarmos a equipe o bagulho vai ficar frenético nas últimas rodadas. Pra começar, temos que dar um trato a nível de flora intestinal no elenco. Não compreendi ainda como - num clube que dispõe do serviço de nutricionista e oferece um papá gostoso diário - tantos atletas peçam penico antes das partidas. Sei que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas, quando eu curtia semanas na praia com a brodagem a base de pizza e miojo ninguém se mixava pra pelada de fim de tarde. No mais, mete uma sunga preta e vai pro jogo.

Depois, é muita expulsão, malandro! Quase jogo sim, jogo não, atuamos com um a menos durante boa parte do tempo. Aí desembola o meio de campo e o pipôco come solto pra cima da nossa defensiva. Contra o São Caetano a exclusão de Ferreira encaminhou a derrota, o que já havia acontecido em outras partidas. Ou então, jogador parte pra ignorância e desfalca a equipe na seqüência, casos recentes de Marcão e Lima. A regra é clara, no futebol são onze contra onze.

Sobre os nossos volantes: que fase! No jogo contra o Cruzeiro, não contente em dar uma assistência para o inimigo na entrada da nossa área, lá estava o Alan Bahia muito bem colocado concluindo contra o patrimônio após a defesa de Diego. Benzadeus, o arremate final de Alan acabou sendo salvo por Danilo. Quanto ao Marcus Winícius, creio que ele só possa jogar futebol profissionalmente quando se curar do vício das faltas. Mal que também acomete Ticão e André Rocha, porém, com menos intensidade. Um bom corretivo e a paz reinará novamente no seio da família de ambos. E que não demore, pois está claro que não dá para deixar somente sob a responsabilidade do velho Cocito. Até porque, além da marcação cerrada e dos cortes providenciais, o mesmo precisa de tempo para as bicicletas e toques de letra.

É profundamente lamentável que tenhamos chegado nessa situação. Mas, posto isto, meus nobres, com o Lopes perdendo a mania de gralhar o “recuaaaaa” e o time passando uma Wap bem caprichada nos famosos detalhes, tenho para comigo que temos time para escaparmos faceiros da segundona. E, se o baile pegar no breu, quem sabe até uma Sul-Americana pinta na jogada. Na Libertadores no creo, pero que las hay... las hay. E se têm coisas que só o Atlético faz por você, vai que...


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