Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Inimigo íntimo

10/08/2005


O Atlético enfrenta, hoje, o São Caetano pela décima vez desde 2001. O time da região metropolitana de São Paulo tem uma forte ligação com o crescimento atleticano. As grandes conquistas nacionais do Furacão coincidiram com o aparecimento do Azulão. Desde que o São Caetano debutou na divisão de elite do futebol nacional, nas oitavas-de-final da Copa João Havelange, em 2000, conquistou dois vice-campeonatos brasileiros (ambos em 2001, pois a Copa JH acabou em janeiro daquele ano), um título paulista e foi vice da Libertadores da América. A partir disso, o Atlético venceu um Brasileiro, três estaduais e foi vice, tanto da Libertadores como do Campeonato Nacional. Uma história muito parecida nos últimos cinco anos, que fez com que os times se cruzassem em momentos decisivos do Campeonato Brasileiro e na fase inicial da Copa dos Campeões em 2002. Um jogo comum que virou um clássico, graças aos emocionantes e decisivos duelos entre os clubes.

O confronto entre Atlético e São Caetano tornou-se tão importante que é difícil dizer qual foi o melhor dos jogos entre os times. Certamente a maioria responderá o 4x2 de 2001, mas muitos dirão que foi o jogo decisivo daquele campeonato, no Anacleto Campanella. Não faltarão votos para o 5x2 de 2004 e até mesmo o 3x0, em São Caetano, no mesmo ano, acabará lembrado. Os torcedores do Azulão não têm boas lembranças dos confrontos entre os times, mas tiveram um desempenho de 100% em 2002, quando venceram no Castelão, na Copa dos Campeões, e na então Arena da Baixada pelo Brasileiro. Curiosamente, no Anacleto Campanella o Atlético ainda não sofreu gols, somando duas vitórias e dois empates sem gols, em quatro jogos. A esperança é que esse tabu seja mantido hoje à noite, mantendo a tradição atleticana de bons resultados no palco do título brasileiro.

O jogo de hoje não será especial como muitos dos outros nove foram. Nem mesmo a torcida deve comparecer em bom número, pelos seguintes fatores: a campanha razoável do Azulão, a tradicional pouca presença de público em jogos do São Caetano em casa, o horário absurdo da partida que impede aquele que trabalha até às 18h em São Paulo e região chegarem ao estádio e o frio dos últimos dias. Isso tudo ajuda o Atlético, que jogará como se estivesse em um campo neutro tendo totais condições de trazer um bom resultado de lá. Mas para vencer, o time precisa continuar jogando bem e respeitar o adversário, que no último sábado venceu o candidato ao título Corinthians, por incontestáveis 2x0, fora de casa.


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