Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Luz alta

05/08/2005


Não faz muito tempo que nossos magoados rivais comemoravam o fato de o Atlético estar na lanterna do Campeonato Brasileiro. Focado na disputa da Copa Libertadores da América, o Furacão deixou o nacional de lado e perdeu terreno nessa competição. Com o fim do torneio continental, o Atlético voltou a campo com força máxima e as vitórias foram naturais. Hoje, poucas rodadas depois do sofrimento de amargar a lanterna, o Atlético pode pela primeira vez ultrapassar o decadente rival, bastando vencer o Cruzeiro na Kyocera Arena e a vice-líder Ponte Preta confirmar o serviço contra os verdes.

Mas o Atlético cresceu muito e a rivalidade não é mais regional. Nossos adversários e rivais são os times grandes de São Paulo e o Cruzeiro. Amanhã, o Rubro-negro enfrenta um perigoso adversário, que conta com a dupla Adriano e Kelly em ótima fase e, mesmo desfalcado do artilheiro Fred, pode surpreender. O problema atleticano é a falta de opções no ataque, pois os titulares Aloísio e Lima não poderão jogar e Denis Marques e Dagoberto continuam vetados. A aposta será no recém-chegado Finazzi e nos jovens Schumacher e Jonatas. Apoiado pela torcida, o Atlético pode vencer, mas será tão duro quanto foi na quarta-feira.

Os próximos quatro jogos que fecham o primeiro turno do Brasileiro serão cruciais para definir a situação do clube no campeonato. Rebaixamento é uma palavra esquecida no CT do Caju, mas boas vitórias nesses jogos podem alçar o time a uma condição boa, com chances de brigar por uma vaga na Libertadores. Hoje, tudo isso ainda é muito distante, mas no ritmo que o Atlético está e contando um pouco com a sorte, as coisas podem mudar. Uma arrancada no final do turno e início do returno já deixariam o Furacão visto com outros olhos por todos, como um time competente que sempre foi e capaz de surpreender, como o Goiás de 2003. Por enquanto, pés no chão e jogo após jogo temos que construir resultados para dar tranqüilidade ao grupo e aos torcedores.

A única certeza de momento é que a forte luz da lanterna atleticana está agora no retrovisor verde, mandando luz alta para abrir espaço. Quem um dia foi lanterna pode entregar esse vexatório instrumento ao rival, que poderá não ter tempo para recuperar, caso assuma essa condição.


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