Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Sem alvejante

27/07/2005


Tinha esquecido, internauta. Acho que nunca contei aqui, neste espaço, que já joguei no Vasco da Gama, adversário de hoje à noite do nosso Atlético. Não aceitei o Palmeiras pelas cores, mas atuei por diversas vezes no campo alviverde*. Sim. Fui um esforçado meio-campo, que abastecia o ataque com passes preciosos.

Velhos tempos. Tudo isso lá em Matinhos, na década de 80, quando tinha uns 9, 10 anos. Época em que o meu pai, o tio Nico, o Professor Manoel e o Joaquim (aquele, do bar Saloon, no calçadão) patrocinavam os pequenos. Depois do jogo, Coca-Cola à vontade. Vai ver foi por isso que alguns ganharam uns quilos a mais e tiveram que abandonar a promissora carreira.

Assim que o uniforme do Vasco foi manchado com alvejante, todo o time assinou contrato com o Corinthians. O campo no Rivieira era o mesmo: ao lado do Rio da Onça. Fizemos também alguns amistosos na Colônia Pereira e em Caiobá (com direito a gravação do jogo e transmissão em cima de um caminhão, gentilmente oferecido pela Platoon Vídeo), para depois fincarmos nossos pés no SESC, Colônia de Férias.

Só joguei no Vasco e no Corinthians porque antigamente só se vendiam jogos de camisa dos grandes do Rio e de São Paulo. Ver alguém torcer, ou vestir os mantos de Atlético e Coritiba no nosso próprio litoral, era difícil. A não ser alguns amigos e a família da minha mãe, sempre dividida. Depois de um clássico vencido pelo Rubro-negro, lá ia eu ligar para o Gilson (há dez anos no céu), Alexandre e Flávio para as gozações. A recíproca era verdadeira.

O tempo foi passando, cada um foi indo para o seu lado e quem não conseguiu virar (ou tentar ser) jogador de futebol se formou em jornalismo, educação física, história ou está trabalhando por conta própria. Alguns ainda alimentam a esperança de ser profissional da bola, apesar dos quase 30 anos na cara.

Menos de uma geração depois da minha, a situação inverteu. Hoje as camisas da dupla Atletiba, em especial a do Atlético, dominam o litoral e os poucos torcedores cariocas e paulistas aprenderam a respeitar a nossa paixão. Difícil é achar um jogo de camisa do Corinthians e do Vasco na região. Ainda bem!

Rapidinhas

- A cena novamente se repete: a corda no pescoço e um time carioca no caminho. Semana passada disse que não importava o adversário. Era preciso a vitória. E ela veio diante do Fluminense. Hoje, contra o Vasco de Renato Gaúcho, não basta ganhar. O Atlético tem que jogar bem para espantar de todas as formas esse fantasma do rebaixamento.

- Saio de férias para recarregar as energias depois de dois vices (Brasileiro e Libertadores) e um título paranaense. A gente também cansa. Até setembro.

* - O campo alviverde, na verdade, é o Estádio do Chico, onde o Palmeiras de Matinhos mandava os seus jogos.


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