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Bruno Rolim
Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da famÃlia. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.
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De Pedro Leopoldo para a América do Sul
22/07/2005
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O ano ainda era 2001 - a memorável campanha do tÃtulo brasileiro. O Atlético enfrentaria, na Baixada, um adversário desesperado, brigando para não cair, o América Mineiro. O jogo foi extremamente disputado, com o Furacão vencendo por 3 a 2, tendo um jogador rival se destacado: um meia canhoto que também jogava na lateral-esquerda, que marcou os dois gols de sua equipe na derrota. No final do ano, os dois adversários desta partida tiveram sorte muito diferente: um sagrou-se campeão brasileiro, enquanto o outro amargou o rebaixamento para a Série B, não mais voltando para a elite brasileira.
No inÃcio de 2002, este meia interessava ao Atlético, e a mais algumas equipes do futebol brasileiro: futebol cadenciado, de bons passes, e sua principal caracterÃstica, seus chutes de longa distância com a perna esquerda. Após negociações com o América, o Atlético contratou este jogador, juntamente com um zagueiro de sua equipe. Mas as primeiras impressões deixadas acabaram não sendo como se esperava: após um gol de falta contra o Mamoré, na sua estréia, pela Copa Sul-Minas, o meia alternou altos e baixos, com mais baixos. Após um longo perÃodo de adaptação, o jogador não havia conseguido emplacar no Atlético, e a torcida havia perdido sua paciência. Percebia-se que não era falta de esforço - pois o jogador sempre respeitou muito o Atlético e as suas cores.
O Atlético então o emprestou a um clube emergente do Distrito Federal, o Brasiliense. Disputando a Série B, o meia conseguiu reencontrar seu futebol, e foi um dos grandes responsáveis pelo tÃtulo da Série B, e a conquista de uma vaga na elite do futebol brasileiro para o time amarelo de Taguatinga. Com o seu desempenho, o jogador foi chamado novamente para o Atlético, tendo em vista a disputa da Copa Libertadores.
O jogador apresentou uma postura bem diferente da sua passagem anterior pelo Atlético: apesar dos torcedores, no inÃcio, ainda o vaiarem, ele demonstrou atitude e personalidade, assumindo a posição de titular num Atlético reformulado, e foi um dos grandes responsáveis pela chegada do Atlético até a final da Libertadores. Momentos como os gols contra América de Cali e Chivas ficaram guardados na cabeça de muitos torcedores.
Quis o destino reservar um desfecho irônico para a sua participação na competição sul-americana: após um empate no jogo de ida, em Porto Alegre, o Atlético viajou até São Paulo, enfrentar o time da casa, em um Morumbi com 72 mil torcedores. O meia foi o melhor jogador do Atlético na partida, correndo, desarmando, e sendo um dos poucos a não desaparecer sob a marcação são-paulina. A ironia apareceu no final do primeiro tempo, com a marcação de uma penalidade a favor do Atlético.
O meia chamou a responsabilidade da cobrança para si, demonstrando personalidade. Por uma infelicidade, sua cobrança atingiu o poste direito de Rogério Ceni, e no segundo tempo o São Paulo liquidou a partida. Mas é difÃcil estabelecer hipóteses para o fato da cobrança ter sido ou não convertida. O momento é de parabenizar, de exaltar a luta deste jogador, que batalhou por três anos para conseguir seu lugar no Atlético, e agora conquistou. O momento agora é de empurrar a equipe rumo a posições melhores no Campeonato Brasileiro, e com isso, tentar novamente uma vaga na Libertadores, para 2006.
FabrÃcio: continue demonstrando respeito à camisa do Atlético, e terá o torcedor ao seu lado. Sempre.
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