Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Segunda vitória

21/07/2005


Encerrada a Copa Libertadores, o time titular do Atlético passa a se concentrar exclusivamente no Campeonato Brasileiro, e já consegue sua segunda vitória consecutiva. Somada à vitória obtida pelo time reserva no Atletiba, já são três partidas vencidas em seqüência, que tiram o clube da zona de rebaixamento e já abrem horizonte para novas ambições no certame. De fato, os comentaristas estavam certos em apontar que o Atlético não tinha time para estar na faixa de descenso, e que era questão de tempo para subir na tabela de classificação.

Apesar do resultado apertado (e sofrido), foi boa a apresentação do Furacão na fria noite curitibana. O Atlético iniciou o jogo partindo pra cima do Fluminense, construindo boas jogadas, mas pecava nas finalizações. Em um lance de contra-ataque, a defesa bobeou e os cariocas abriram o placar. Sem se abater, e mesmo diante de um adversário retraído, o Atlético foi à luta para buscar a virada. E com boas chegadas de Marcão, e participações decisivas dos meias Evandro e Fabrício, Lima mostrou que é mesmo iluminado e balançou duas vezes as redes para colocar o rubro-negro na frente.

No segundo tempo, a produção atleticana caiu bastante. Os jogadores pareceram acusar o desgaste pelo excesso de partidas disputadas nas últimas semanas. Sem conseguir o terceiro gol para decidir o jogo, o Atlético permitiu o crescimento do Fluminense, que avançou com cada vez mais perigo, até encontrar o gol de empate no final da partida. O que os cariocas não contavam é com a determinação do Furacão, que lutou até o fim para garantir a vitória, que veio na cabeçada do atacante Caetano, que substituiu Lima e mostrou a mesma “iluminação”.

Avaliação

O rendimento do Atlético foi bom, mas pode melhorar. Diego esteve seguro, novamente fazendo uma defesa salvadora que contribuiu para o resultado. Jancarlos ainda é uma peça destoante no time atleticano, talvez a lateral-direita devesse ser a prioridade da diretoria para contratações. Na esquerda, Marcão mostrou raça para compensar o desgaste, e teve participação importante. Os zagueiros Danilo e Adriano foram muito bem individualmente, embora o segundo volta e meia dê umas espanadas preocupantes. Precisam apenas trabalhar melhor o posicionamento, pois levar dois gols em partida na Baixada é algo que não pode acontecer. Cocito foi mais uma vez eficientíssimo na marcação, rendendo mais do que o apenas regular Alan Bahia. No fim do jogo, Ticão entrou e segurou as pontas na cabeça-de-área.

No meio, Evandro e Fabrício se complementaram. Evandro mostra habilidade fora do comum; se aprender a se desvencilhar da marcação para participar mais do jogo será um jogador perfeito. Fabrício se esforçou bastante e rendeu bem mais do que de costume. Falta melhorar um pouco o aproveitamento nos passes, e parar com a mania de virar de costas para o marcador cavando faltas. Lima, o homem-gol, dispensa maiores comentários: machucado, rendia mal com a bola nos pés, porém guardou dois gols decisivos. Aloísio não conseguiu anotar, mas atuou bem, dominando 100% das inúmeras bolas que recebeu pelo alto ou por baixo, mostrando ser um pivô de primeira qualidade. No segundo tempo, aliás, quase marcou um gol típico de Washington - faltou pouco. Menção também para Caetano, que, assim como Lima, não brilhou trabalhando a bola mas colocou-a para dentro do gol e decretou a vitória atleticana.

Clássico

Embalado, o Atlético tem agora um jogo difícil diante do Paraná. Sem ambicionar por títulos há muito tempo, o tricolor deposita nos clássicos a grande chance de proporcionar alguma alegria a seus torcedores. Os paranistas darão tudo contra o Furacão, que vai precisar jogar sério, e com muita vontade, no péssimo gramado do Pinheirão, para conquistar uma vitória e manter-se fora da zona de rebaixamento.


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