Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Festa estranha, gente esquisita

15/07/2005


Primeiramente parabéns ao time do São Paulo, legítimo campeão dentro e fora das quatro linhas. Constituiu-se numa equipe forte, com um competente treinador, com alas que infernizam o adversário, além de possuir atacantes que fizeram a diferença: Luizão e Amoroso.

Ontem vi de tudo na paulicéia desvairada. Da falta de respeito e educação, até o medo que a Polícia Militar nutre das torcidas da capital. Medo que se justifica pela violência e selvageria de marginais travestidos de torcedores. Me senti na ante-sala da porta do inferno durante a estada na capital do Estado mais rico do país. Amo minha cidade, mais ainda a cada viagem que faço para outras plagas!

O jogo foi esquisito, como tudo mais. Tecnicamente o time não esteve tão mal, não se deixou intimidar quer seja pelo bom adversário, quer seja pela multidão nas arquibancadas. Tocou a bola, chegava com constância na entrada da área são-paulina, mas simplesmente não conseguia concluir. Como dito pelo Professor Parreira, gol é um detalhe. Pecamos no detalhe!

Até mesmo as substituições meio fora do comum de Antonio Lopes não fragilizaram o time. Na verdade, ficamos com ainda mais posse de bola, com mais iniciativa, mas os péssimos chutes de nosso ataque contrastavam com o nervosismo de nossa dupla de zaga e do volante André Rocha. Até mesmo Cocito não parecia muito à vontade e errou muitos passes. Mas mesmo assim a partida foi boa, venceu o melhor.

Resta-nos agora a alegria do dever quase cumprido. Não sejamos pessimistas, mas também não ufanistas. O Atlético, se quiser realmente habitar o ninho dos grandes, não pode se apequenar. Temos que comer muito feijão para ter a força de bastidores que o São Paulo demonstrou ter e gastar mais para que a qualidade faça a diferença na hora H. Santos ano passado e o tricolor este nos mostraram que nomes consagrados, estrelas, sei lá que nome queiram dar, fazem a diferença na hora do vamos ver, na hora da onça beber água, na hora em que o bicho pega.

Estamos no caminho certo, mas para não ficarmos com a pecha de chegarmos e não levarmos precisamos de um pouco mais de qualidade. Ou nos contentamos com pouco, como fizeram times que vivem de um passado remoto, coisa de duas décadas atrás e cuja alegria é torcer contra as conquistas do Atlético.

Em tempo: Fabrício, boa sorte em sua nova equipe, pois não desejo mais ter o desprazer de vê-lo com nosso manto sagrado.


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