Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

É hoje o dia

14/07/2005


Clube Atlético Paranaense, finalista da Copa Libertadores da América 2005. Deus permita, campeão da Copa Libertadores da América 2005. Estamos a poucas horas da grande decisão. 14 de julho de 2005, 21:45h. Estádio Cícero Pompeu de Toledo, São Paulo/SP. Data, fatos e marcas que ficarão eternizadas em cada coração atleticano, que bate cada vez mais acelerado a cada minuto que passa.

No momento em que o Clube Atlético Paranaense pisar o gramado do Morumbi nesta noite, não conseguirei olhar os nossos jogadores com outros olhos. Olhos que vêem estes guerreiros como homens que já escreveram seus nomes no livro de vencedores do Furacão. Aqui, dentro do meu peito, o Atlético, o meu Atlético, o nosso Atlético, já é um grande vitorioso, aconteça o que acontecer dentro de campo.

Lembro dos tempos em que eu sonhava em ganhar um clássico local. Lembro dos velhos e bons tempos em que eu sonhava e festejava pelas ruas da cidade um título paranaense. Lembro que sempre, sempre mesmo, no dia seguinte, vinha o sonho de um dia, quem sabe, ganhar um campeonato brasileiro. Vivi em um verdadeiro paraíso em 2001, quando o Furacão sobrou no país e nos fez vibrar com a primeira estrela de ouro estampada no peito em plena época de Natal. Continuava sonhando, quem sabe um dia, numa dessas participações na Libertadores da América, o Atlético de repente pudesse até participar de uma decisão! E por que não? Sonhos, lembranças e histórias. Ilusões e realidades, coisas que só um coração atleticano sabe exatamente o significado.

O que o Atlético representa para cada um de nós é algo que por mais que eu escreva páginas e páginas, livros e mais livros, nada nunca conseguirá alcançar o tamanho da verdadeira realidade. Quando algo que foge da razão nos toma o tempo, nos toma os espaços vazios, nos toma o pensamento e nos preenche o coração, não é apenas com palavras que iremos realizar tal definição. A graça, a beleza e a razão de ser atleticano, apenas cada atleticano terá todas as respostas.

Então, o momento chegou. Um sonho que conservei durante anos, e a cada ano se tornou mais forte, está sendo concretizado. A minha cidade está em festa, os meus irmãos atleticanos estão eufóricos. A nação rubro-negra está feliz, muito feliz! O Atlético desfila em cada rua, cada esquina, cada rosto, cada carro, cada calçada, em cada espaço deste país, deste Brasil que ficou pequeno para nós nesta temporada, e que nos obrigou a conquistar alguns espaços da América.

Aqui, neste espaço que é de todos os atleticanos, não vou falar sobre o jogo em si. Outros colunistas já escreveram com precisão sobre isto, e a única coisa que faço questão de falar é que o São Paulo entra em campo se dizendo vencedor, como se já exibisse a faixa de campeão. Ponto para nós, que até agora, somos apenas finalistas, nada mais que finalistas, nem campeão, nem vice. Apenas finalistas. Vamos deixar que o destino nos traga a resposta e que os dois times mostrem quem é o verdadeiro merecedor da taça tão sonhada.

Desta forma, quero dividir um pouco a história do meu time do coração com um timaço de campeões. Vou reservar este espaço para uma gente muito especial, que faz de cada espaço deste site um pedaço de uma paixão dedicada ao Furacão da Baixada.

Cleverson Freitas, Sérgio Tavares Filho, Marçal Justen Neto, Bruno Rolim, Eduardo Aguiar, Erick Raifur, Fabiani Sandrini, Jones Rossi, Juarez Villela Filho, Juliano Ribas, Marcel Costa, Patrícia Bahr, Ricardo Campelo, Sérgio Surugi, Sílvio Rauth Filho, Júlia de Mello Abdul-Hak, Monique Silva. Um alô também especial a uma leitora especial, Clara Guimarães (muito obrigado Clara!).

A todos estes brilhantes atleticanos, que dedicam ao Atlético parte de suas vidas, quero deixar a mensagem de fé, esperança e muito otimismo. Parabéns a todos pela dedicação, pelo entusiasmo e pela determinação. Parabéns, acima de tudo, por serem atleticanos e fazerem parte de uma ilustre, longa e bela história rubro-negra. Lá se vão 81 anos de verdadeiras glórias, e que bom que fazemos parte destas e de muitas outras emoções, as que se foram, as que são e as que ainda virão.

A todos nós e a toda a torcida do Atlético, muita sorte e muita sabedoria. Vamos fazer deste momento, o mais belo momento de nossa vida atleticana. Vamos fazer deste dia, um belo dia, desta noite de Atlético, uma grande noite. Queira Deus que esta noite seja criança para todos nós, e que amanheça em nossos braços com um gostoso sorrido estampado no rosto.

Saudações atleticanas!

“Acredito ser o mais valente, nesta luta do rochedo com o mar ... e com o mar!”


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