Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

Mais do que nunca, é hora de acreditar!

08/07/2005


Esta semana, os primeiros 90 minutos da maior batalha de nossas vidas se preencheram - sem vencedores. A próxima semana reserva aqueles que serão os maiores 90 minutos que os corações atleticanos já tiveram a oportunidade de viver: É UMA FINAL DE COPA LIBERTADORES!

Muitos não se devem dar conta da importância desta partida. Muitos já começaram a torcer para o Atlético com o clube na Primeira Divisão, lutando sempre pelo topo. Mas, para todos: há 10 anos atrás, perdiamos uma partida para o Coritiba, no Couto Pereira. Era uma campanha horrenda no Paranaense, culminando com a eliminação antes das semifinais do Paranaense. Era o início da chamada "Era Petraglia", ainda.

Ainda em 1995, inaugurávamos a iluminação da Baixada - exato, há 10 anos atrás, sequer tínhamos estádio para sediar jogos noturnos! Há 10 anos atrás, o nosso sonho era ver o Atlético na Primeira Divisão. Hoje, nosso sonho é ver o Atlético reinando na América. E este sonho não está nem um pouco distante - basta uma vitória contra o São Paulo. Um meio a zero pode nos dar o maior título da nossa história - e muitos torcedores ainda não se deram conta disso.

Será uma partida complicadíssima, afinal o São Paulo é uma equipe muito forte no seu estádio, que terá a presença de sua torcida, em peso. Mas, vale lembrar: o Atlético chegou até a final de uma Libertadores, e ninguém chega por acaso até aqui. Por mais que haja adversários lotando o estádio, é dentro do campo que tudo se resolve. São onze jogadores de cada lado, é a hora de se doar ao máximo, de verter sangue pelas cores do Furacão.

Diego, Jancarlos, Cocito, Marcão, Marín, Alan, Rodrigo, Aloísio, Fernandinho, Tiago Cardoso, Danilo, Durval, Tiago Vieira, Leandro, André Rocha, Cléo, Evandro, Ticão, Vinícius, Fabrício, Jorge Henrique e Lima. Os 22 soldados que ainda estão de pé, regidos pelo general Antonio Lopes. Batalhem, pela honra de cada um de vocês, pelos outros jogadores, que gostariam de estar em seu lugar mas não podem: Dagoberto, Dênis Marques, David Ferreira, Etto, a garotada das categorias de base. Honrem sua torcida, seu clube, seu estado. Vocês já estão honrando o estado do Paraná, honrando o Sul do Brasil. Mas vocês podem fazer mais - e vocês sabem disso.

A torcida deve fazer a sua parte, vestindo o vermelho e o preto em todos os lugares, expressando mais do que nunca seu orgulho por torcer pelo Atlético, por torcer por este grupo de jogadores que está suando sangue para levar o Atlético até onde poucos acreditavam. As defesas milagrosas de Diego; o esforço, a raça e os cruzamentos de Marcão e Jancarlos; a luta incansável dos jovens Danilo, Durval e Alan Bahia, regidos pelo incansável Cocito; a técnica apurada de Fernandinho; os chutes precisos de Fabrício; o onipresente Lima, que corre, marca, apóia e marca gols, conquistando uma torcida que até pouco tempo o vaiava; e o artilheiro Aloísio, que supera suas lesões a cada dia, honrando a camisa do Atlético. Somados a estes guerreiros, a luta de André Rocha, nosso décimo-segundo titular; e nosso banco, que entra sempre disposto a resolver: Tiago Cardoso, Tiago Vieira, Marín, Evandro, Cléo, e todos os outros grandes nomes que construíram este grande Atlético que vemos hoje.

Faltam apenas seis dias. Que sejam vividos como os últimos dias de nossas vidas. Libertadores: um sonho que está muito próximo de se tornar realidade. Basta acreditar.

Missão Porto Alegre: o resumo da viagem

A se agradecer

- A receptividade dos torcedores gaúchos, que nas ruas de Porto alegre manifestaram todo o seu apoio ao Atlético, unindo-se em torno do ideal rubro-negro. Gremistas e colorados torcendo por um único objetivo: o Sul. Tenham certeza que as equipes do Rio Grande terão apoio de muitos atleticanos a partir desta semana.

- O apoio dos milhares de atleticanos que se dispuseram a enfrentar 770 quilômetros e um frio intenso, para acompanhar o Atlético.

A se lamentar

- As provocações e ameaças que recebi, também nas ruas, de integrantes de uma organizada do Internacional - aliada da maior organizada do São Paulo. Depois pude saber que foram os mesmos que apedrejaram alguns dos ônibus com torcedores atleticanos, que sequer provocaram.

- A falta completa de preparo da Brigada Militar local, que de forma extremamente confusa, conseguiu desagradar atleticanos e são-paulinos. Na hora de proibir a bateria, o discurso da segurança. Na hora de separar as torcidas, apenas os portões, que foram facilmente quebrados por torcedores que viajaram mais para brigar do que para propriamente ver o jogo. No intervalo, ainda havia 4 mil torcedores nas filas, tentando entrar no estádio. Conmebol, meus sinceros parabéns, vocês conseguiram avacalhar o clima da decisão.

- A falta de proteção entre as duas torcidas, o que causou uma briga estúpida. A Brigada agiu rapidamente separando os brigões - mas não custava prevenir este tipo de briga ao invés de remediá-la?


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