Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

O Atlético é realidade

01/07/2005


Final de Copa Libertadores para o futebol paranaense era apenas um sonho. Bastavam três belas vitórias no Campeonato Brasileiro para que os cartazes colorissem os estádios com os dizeres de “Tóquio! Lá vou eu”. No fundo, todos sabíamos que era impossível bater de frente com argentinos, paraguaios, colombianos e até peruanos.

Aos paranaenses, restava assistir pela televisão as campanhas vitoriosas de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Grêmio e Flamengo. Lembro-me bem da final de 1992, entre São Paulo e Newell's Old Boys. Foi naquele ano que Galvão Bueno veio se aventurar na extinta Rede OM, aqui em Curitiba. Com um investimento fantástico, a emissora conseguiu os direitos de transmissão da Libertadores e fez mais de 60 pontos no IBOPE. Um recorde para uma tv fora do eixo Rio-São Paulo.

O coordenador da partida não cansava de pedir para que o narrador informasse o telespectador sobre os índices de audiência. E Galvão, alegre, berrava nos microfones: “Pessoal! Obrigado pelo carinho. Estamos com mais de 50 pontos no IBOPE. Isso é sensacional”.

Com Zetti, Cafu, Raí, Müller e Telê Santana, o tricolor ganhou dos argentinos nos pênaltis e conquistou o direito de ir a Tóquio para representar o Brasil na final interclubes. E nós, aqui no Paraná, sonhando em um dia ter um time como aquele para torcer. Na época sofríamos com jogadores fracos, não tínhamos bola, meias e o centro de treinamentos era o Parque Barigüi.

Daqui a cinco dias o Atlético disputa uma final de Copa Libertadores. Com Galvão Bueno na narração, na certeza de índices extraordinários de audiência e contra uma das mais estruturadas equipes do país: o mesmo São Paulo de 92. O sonho que acalentávamos há tanto tempo, tornou-se realidade.


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