Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Arriba, Furacão!

01/07/2005


15 de fevereiro de 2005 - estréia na Libertadores contra o Independiente Medellín. Torcida receosa com o time que não apresentava padrão de jogo e jogava mal no Paranaense. No entanto, dentro de campo, vimos um Atlético guerreiro e com o espírito da Libertadores da América. Ali, começamos a sonhar! Talvez com uma classificação para a segunda fase, provável que com uma histórica chegada às quartas-de-final. Não sei dimensionar nosso sonho no início do ano, mas o Atlético chegou à final. Agora, nossa última batalha será contra o São Paulo, tratado por todos como o grande favorito e certamente o protegido da mídia nacional. O Furacão se estabelece definitivamente no rol dos grandes times do Brasil. Se já era respeitado pelo título brasileiro, agora pode ser considerado uma força do futebol nacional. Apenas dez times brasileiros alcançaram esta etapa do mais importante torneio interclubes da América e, orgulhosamente, fazemos parte deste seleto grupo.

Ontem, o Atlético foi inteligente e competente. Respeitou o fortíssimo time mexicano e soube sair para o jogo, explorando os contra-ataques. Podia ter matado o jogo no primeiro tempo na belíssima cobrança de falta de Fabrício ou nas chances desperdiçadas por Aloísio, Lima e Jancarlos, mas a festa ficou reservada para o fim. O espetáculo, na primeira etapa, foi oferecido por Diego, em fase espetacular, e seus parceiros de zaga que tiravam como podiam a bola de dentro do gol atleticano. O trabalho da defesa rubro-negra garantiu o placar de 1 a 0 e um certo alívio para os últimos 45 minutos da semifinal. O Delegado Lopes acertou o time no intervalo, com a entrada de André Rocha no lugar de Fernandinho, que não estava bem. O Atlético ficou mais coeso no meio-campo e conseguiu sair com mais tranqüilidade para o contra-ataque. Justamente assim saiu o primeiro gol de Lima, após belo cruzamento do guerreiro Marcão. Gol que sacramentava a classificação atleticana, pois por mais forte que fosse o Chivas, não encontraria forças para marcar mais quatro, ainda mais na muralha que se transformara o goleiro Diego.

O jogo ainda teve mais dois gols, mas isso pouco importava. Naquele momento a festa já tomava as ruas de Curitiba e acredito que de todo o Estado do Paraná. O legítimo filho da terra desbravou a América e trouxe a taça para o Brasil. A euforia atleticana lembrava as mais belas conquistas do time. A cidade não dormiu, muitos estão acordando de ressaca, com um largo sorriso no rosto e a satisfação de ser atleticano. Obrigado, guerreiros rubro-negros que subiram ao México e voltaram classificados. Este time é feito de homens, de jogadores que respeitam as tradições atleticanas e não têm medo de vencer! Agora, a batalha final. Que os triunfos de 1983, 1999 e 2001 contra o mesmo São Paulo inspirem o mais bravo de todos os times do Atlético, o da Libertadores 2005! Arriba, Furacão, faltam apenas dois passos!


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