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Ricardo Campelo
Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma famÃlia inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.
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Sonhando e crescendo
23/06/2005
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É hoje. Quando passar pelos portões da Baixada, terei em mente: vou assistir a uma semifinal de Libertadores. Vou torcer pelo meu time que está brigando para chegar a uma final de Libertadores. Vou saber que a América inteira estará de olho neste jogo. Que o meu time já está entre os quatro melhores da América.
Como nossos sonhos evoluem... No alvorecer do meu atleticanismo, sonhava com o Furacão subindo para a primeira divisão. Pensava detalhadamente na festa, nos foguetórios, na invasão de campo, enfim, na alegria que representaria voltar à elite - o que se realizou em 1996. Depois, passei a imaginar como seria bom comemorar, já maduro, um campeonato paranaense - veio em 1998, e em Atletiba. Passei a sonhar, então, com o Atlético jogando uma partida internacional na Baixada, seja da então disputada Conmebol ou, mais improvável, de uma Libertadores. E em 2000, lá estávamos nós batendo Alianza, Emelec e Nacional. Comecei a achar que já era hora de um tÃtulo importante, e passei a mentalizar um Atlético campeão nacional. Copa do Brasil, quem sabe... do Brasileiro seria mais difÃcil. Eu imaginava a festa que a torcida faria, as lágrimas de emoção, a correria do time em campo com o apito final, as TVs mostrando o escudo do Atlético piscando com os letreiros informando o novo campeão, os carros, bandeiras e buzinas tomando conta das ruas curitibanas...
Tudo isso se materializou. O Atlético realizou cada um de meus sonhos rubro-negros. Hoje, entro na Baixada sonhando com o Atlético em uma final de Libertadores. Sonhando em enfrentar o River no Monumental de Nuñes, ou o São Paulo na primeira final Brasileira da história da Copa. Mais remotamente, sonhamos com o Atlético decolando para o outro lado do planeta, disputando um tÃtulo mundial contra as maiores entre as maiores potências do futebol.
Não temos mais limites. Realizamos todos nossos sonhos, e vamos continuar realizando. Nada é impossÃvel. Nada, nenhuma conquista é impossÃvel para um Atlético unido.
Pés no chão e raça
A derrota por 4 x 0 para o Independiente, ainda na primeira fase da Libertadores, foi uma importante lição. O time do Atlético percebeu suas grandes limitações, e, assim, entendeu que precisaria de muita determinação para superar a elas e aos seus adversários. E, com humildade e muita força de vontade, fomos avançando.
Chegamos a um resultado inesperado de duas vitórias contra o festejado Santos. Porém, é importante que a lição dos 4 x 0 ainda esteja na cabeça dos jogadores. O time não esbanja qualidade técnica, e se não houver pés no chão e muita superação, o sonho de chegar à final vai cair por terra. Nada de achar que o Chivas está desfigurado. Nada disso: a base do time que eliminou o poderoso Boca Juniors estará em campo hoje, com apenas um desfalque em cada setor. Desvantagem para eles? Sim, teoricamente é sempre mais difÃcil enfrentar um time completo, é evidente. Mas seria uma ingenuidade tremenda acreditar que esta desvantagem é tão grande a ponto de deixar fácil a vida do Atlético.
Diego
ImpossÃvel deixar de exaltar a fase que vive o goleiro Diego, e da segurança que transmite ao time em uma partida importante como a de hoje. Até Mafuz, crÃtico declarado, rendeu-se à qualidade de Diego (embora sempre lembrando da partida de Erechim, quando queria que Diego atravessasse a área em fração de segundo para evitar o gol de Pitbull). As defesas de Diego contra o Flamengo foram simplesmente fantásticas. Uma bola cabeceada para baixo é uma incógnita, o goleiro não tem como adivinhar qual vai ser a força do quique para saber em que altura deve tentar espalmá-la. Mostrando reflexos absurdos, Diego nos salvou. Assim como salvou no segundo tempo em um chute desviado à queima-roupa, talvez ainda mais difÃcil, pela mudança de percurso. Ainda sobraram outras duas defesas importantes devidas ao seu bom posicionamento.
Diego é hoje uma segurança. E merece, como todos nós, mais esse triunfo.
Parabéns
Já comemorei dois aniversários na Baixada. Em 1996, vi o Atlético desbancar o Palmeiras com gols de Oséas e Paulo Rink. Em 2003, vi o gol de bicicleta de Ilan na vitória por 2 x 0 contra os coxas.
Hoje é a sua vez, meu pai. Torço, como nunca, por uma vitória. Você merece essa emoção. Pelo pai que é e pelo amor que tem pelo Atlético. Feliz Aniversário do filho que te ama muito!
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