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Juliano Ribas
Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.
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São Dagoberto
13/06/2005
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Foi ótima a pausa no Campeonato Brasileiro. Mas para a torcida, que ficou uns dias sem ver o futebol medÃocre que o Atlético apresenta neste certame. Quem assistiu o jogo no "peiperviu", a única forma de se acompanhar o "espetáculo", voltou a ver medonhos erros de passe, sufocos na zaga e jogadores mostrando um futebol abaixo da crÃtica.
Realmente ver jogos do Atlético no Brasileirão está sendo uma tortura chinesa. 90 minutos de tortura. Cada passe errado no meio, principalmente do André Rocha, é um bambuzinho sob a unha. Cada lançamento lá da zaga ao ataque procurando os lentos Lima e AloÃsio é como sentir uma pedra enorme e pesada comprimindo o peito. Nosso time é lento, devagar, quase parando. FabrÃcio segura, Lima segura, AloÃsio segura, ninguém faz a bola correr. Velocidade, vamos ter quando Dago voltar. Estamos todos à espera dos milagres de São Dagoberto de Dois Vizinhos.
Fala-se em negociações, que incluem o nome de Dagoberto. Clubes da Espanha estariam interessados. Normal. Hoje é só o que se fala no futebol brasileiro, não é um fenômeno exclusivo do Atlético. Os empresários têm uma sede de euros e dólares avassaladora e os clubes contam com esse dinheiro para manter seus clubes. É impossÃvel para um clube brasileiro competir com os valores oferecidos por clubes de fora. Mas, no caso de Dagoberto, o bom senso fala que o melhor para a sua carreira é ficar. Jogar este Brasileiro pelo Atlético e ajudá-lo a se recuperar. E o Atlético não pode prescindir da ajuda de Dagoberto.
Um jogador tem que ser vendido quando está em alta, o que não acontece agora com Dagoberto. Fazem-se melhores contratos, é melhor para todo mundo. Até o final desse mês teremos Dago no time. E que ele não saia tão cedo. Seria uma burrice sem tamanho negociá-lo agora, a não ser que ele fique até o final do ano. Com Dagoberto nesse time, eu aposto que ele não cai. Lógico que precisamos urgente de reforços, mas com Dago o Atlético não cai. Este é o estigma dos craques: sempre espera-se deles a salvação da lavoura. E neste caso, nada mais adequado para um rapaz que um dia foi lavrador. Um santo de casa que ainda está em casa. Em época de festas juninas, a festa maior será para o retorno de São Dagoberto. Me desculpem Santo Antônio, São João e São Pedro.
Em Santos
Falando em santo, vamos falar um pouco do jogo em Santos, que incrivelmente poderá levar o Atlético a uma semifinal de Copa Libertadores. Lá vou eu deixar de me sentir um "loser" completo, lanterna da competição nacional para me sentir um forte, um lutador, um guerreiro, um atleticano como deve ser.
Será um jogo extremamente complicado. O Santos, mesmo alijado de Léo e Robinho, é um time muito bom e joga em casa. Mas o time, que com estes dois jogadores é espetacular, sem eles torna-se um bom time como outros, mesmo com o bom e experiente Giovanni. O Atlético, mesmo assim, não pode ficar postado atrás esperando passivamente o Santos. Tem que lutar pela posse de bola e a manter o máximo possÃvel, principalmente com jogadas no campo de ataque. Ficar submisso a uma pressão do time da casa é apenas esperar pelo pior. Ter personalidade e calma para ganhar o meio-campo com marcação é o primeiro passo para uma grande conquista. E se marcar um gol antes do Santos, então, será fantástico.
É estranho, muito estranho, mas dá para confiar nesse time nos momentos decisivos. Dá para contar com Lima, o principal jogador rubro-negro do ano. Dá para contar sempre com Diego. Dá para esperar muito do Cocito e do Marcão nos mata-matas de Libertadores. Não dá para dizer o mesmo no longo e difÃcil Brasileiro. Mas na Libertadores, em que a raça tem o mesmo peso da técnica, a esperança venceu o medo, como dizia o slogan lulista. Vamos sem medo a Santos, respeitando o adversário, mas temendo-o, jamais. Dá para levar essa classificação, o que seria um feito espetacular para a história do Atlético e do futebol paranaense. O ruim é não ter Evandro, outro de quem se pode esperar milagres.
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