Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Perto dos olhos, dentro do coração

03/06/2005


A paixão do torcedor atleticano por tudo que cerca o Rubro-negro chega a ser doentia. Quem de nós não conhece algum "maluco" que coleciona de tudo, desde que tenha as cores de nosso amado time? Várias camisas do Atlético, recortes de jornal, adesivos, ingressos, aquele ovo de Páscoa que já está mofando, mas veio em embalagem com o emblema do time, bonés, chaveiros. Até pedra da antiga Baixada! Não só conhecemos como provavelmente somos, eu, você e alguma pessoa muito próxima nesse momento, um desses "malucos".

A vitória sobre o Santos na noite de quarta-feira foi mais uma daquelas para se guardar na memória, assim como todas as bugigangas, quinquilharias e relíquias descritas acima. Não só no vídeo, num chip ou num hd, mas na retina de cada um que pôde vivenciar uma noite mágica. O atleticano é capaz disso. O atleticano mantém viva uma capacidade incrível de se recordar de simples vitórias, ao invés de títulos. Passagens que para outros podem ser comuns, são narradas como verdadeiros feitos históricos pelos fanáticos atleticanos.

Aquela vitória sobre o Palmeiras de Luxembrugo, Cafu, Viola, Djalminha e cia. em 1996? Time invicto, com praticamente todo o elenco esmeraldino já tendo vestido a gloriosa camisa canarinho! E Oseás e Paulo Rink, coadjuvados por Ricardo Pinto, Nowak, Luis Carlos e Jorge Luiz, empurrados por uma massa torcedora sem igual venceu o então líder do Brasileiro por 2 a 0. No mesmo ano, os jogadores do Botafogo confessaram jamais terem visto uma alquimia tão concreta e coesa como a que presenciaram na Baixada entre torcida e time quando vencemos por 1 a 0 com um gol de falta do zagueiro Jorge Luiz. Aliás, lembro bem desse gol: o estádio inteiro sabia que sairia o gol naquela cobrança!

E em 2000, então, num primeiro de abril para mentiroso nenhum botar defeito vi uma das coisas mais incríveis da minha vida. O "Ventania" jogava bem, mas perdia para o Malutrom. E eis que o Caçula marca mais um já no começo da segunda etapa. Mais de 18 mil atleticanos cantam a plenos pulmões e ajudam o jovem time atleticano a virar uma partida que se tornou histórica, mesmo não decidindo vaga, nem título e sequer sendo contra um rival. O veterano Silas fez o gol da vitória no final da partida e declarou ter sido uma das partidas mais emocionantes de toda sua carreira. Logo Silas, com Copa do Mundo, diversos estaduais, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial Interclubes nas costas!

Quarta-feira, dia 1° de junho de 2005. Mais uma atuação de gala para entrar para a história. Um time limitado, raçudo, que jogou contra um excelente adversário e uma arbitragem tendenciosa. Um time que teve ao seu lado somente a torcida que ama e confia. Um time de guerreiros que honrou a camisa e mostrou para a "crítica especializada" que futebol se ganha dentro das quatro linhas e lá dentro o Atlético foi melhor.

Uma vitória para lavar a alma e reconfortar o espírito. A vaga ainda não foi conquistada e sabemos das dificuldades, afinal de contas, na ponta do lápis o Santos ter perdido por um gol de diferença e ter feito dois gols fora não foram de todo ruins para suas pretensões.

Mas independentemente do resultado do próximo jogo, que promete ser mais uma grande partida, quero testemunhar aqui minha gratidão aos jogadores que deram uma grande mostra de superação no último jogo. Essa partida está com certeza, perto dos meus olhos e principalmente, dentro do meu coração!


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