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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Poço de contradições
31/05/2005
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Esse é o Atlético: surpreendente em todos os sentidos, tanto positivos como negativos. De sensação, azarão das Américas à lanterna "invicto" e convicto no Brasileiro. E não tem nada de time A ou time B, pois são praticamente os mesmos que jogam as competições. Na verdade, teoricamente o time do Brasileiro é melhor, pois não tem limitações quanto ao número de inscritos.
É difícil entender a cabeça dos "cabeças" do Atlético. Como já escrito por outros colegas aqui do site, não dava para tentar convencer Washington a brilhar na Libertadores durante o primeiro semestre ao invés de se gastar tanto com Aloísio, Maciel e Jorge Henrique? Como dispensar Rogério, Fabiano e Marinho e contratar o rebaixado Baloy? Como tentar convencer a torcida que estão certos apostando em treinadores inexpressivos em ano de Libertadores da América?
Aliás, no quesito fortes emoções a direção atleticana se supera! Trazer Antonio Lopes, da velha escola carioca, com forte identificação com o rival, além de ter sido pivô da série de discussões nas vésperas e durante as finais do Paranaense para apagar o incêndio parece não ter sido uma boa idéia.
E as contradições, não só no Atlético como no mundo futebolístico, não param por aí. O Goiás em 2003 ficou na lanterna quase todo o primeiro turno e por pouco não ganhou uma vaga na Libertadores, graças ao competente trabalho de Cuca no comando técnico. E o Botafogo, que ficou praticamente uma rodada de fora da zona de rebaixamento, justamente a última! Por outro lado, o Criciúma foi a sensação do Brasileiro 2004, chegando a liderar a competição e caiu para a Segundona.
Maior exemplo de contradição? Lima! Isso mesmo, o desengonçado e estranho avante é nossa ÚNICA esperança de que saia algo produtivo no sistema ofensivo. O contestado Lima, o xingado (inclusive por mim) Lima, o coitado do Lima, o maltratado Lima, enfim, o excelente Lima. Sejamos francos, se não fossem seus lampejos e seus dribles semelhantes às danças dos bonecos de maracatu do carnaval pernambucano, não teríamos chegado tão longe na competição sul-americana.
E como o “Sobrenatural de Almeida” anda rondando os lados da Baixada, não custa nele acreditar. Quem diria que o zagueiro do Cerro Porteño faria aquela lambança junto com o goleiro em nosso gol de empate no Paraguai? E o baixinho Marín, como conseguiu tirar de cabeça um gol certo ainda na primeira etapa? E o craque Sasá teria seu pênalti defendido por Diego?
Num país onde políticos sem escrúpulo nenhum nomeiam parentes, retiram assinatura de um pedido de investigação, onde a propina rola solta na administração pública, onde se vê Ferraris paradas nos mesmos semáforos em que há crianças pedindo esmola, não custa nada acreditar no improvável, no semi-impossível, no contraditório. Once Caldas, seleção Grega e semana passada o Liverpool mostraram que a superação tudo pode.
É difícil, mas se EU não acreditar, quem vai? Atleticano, quarta-feira é nosso dia de redenção.
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