Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Presente de aniversário: paz!

17/05/2005


O que estaria acontecendo com o Atlético? De vice-campeão brasileiro para a lanterna do campeonato seguinte. Obviamente, ainda é muito cedo para desespero e pânico, mas o sinal de alerta deve ser ligado. Com a terceira mudança de treinador na temporada e a demora na definição do substituto de Edinho, o time continua sem padrão de jogo e esquema tático. Alguns jogadores como Ticão, Rodrigo Souto, Danilo e Maciel não sabem mais se serão titulares ou sequer relacionados para o banco de reservas. Esta situação cria desconforto nos próprios atletas, além do time não conseguir se entrosar. A torcida atleticana, cada dia mais impaciente, insatisfeita com os maus resultados, pressiona os jogadores que erram ainda mais. Parece uma bola de neve, mas a falta de comando no futebol (diretor de futebol, treinador e preparador físico – existe alguém nestes cargos no Atlético?), a indefinição de um time titular e a intolerância de parte da torcida com o mau futebol e resultados pífios acaba com o Atlético, deixando-o na incômoda lanterna do Campeonato Brasileiro.

Hoje, o Atlético pode inscrever três novos jogadores para a Copa Libertadores da América. Duvido que o faça, devendo incluir apenas o Rodrigo no lugar do “fantasma” Paulo André. No máximo, o lateral Etto deve substituir o seu companheiro de posição André Rocha. A última vaga ficará em aberto. Antes que alguém já critique a diretoria por não inscrever três atletas nesta terça-feira, esclareço o regulamento da competição: os clubes podem substituir até três jogadores no prazo de 48 horas antes da primeira partida da semifinal. Portanto, o Atlético não necessita trocar todos até hoje, nem perderá o prazo por isso. Pode trocar a qualquer momento, mas para regularizar a situação do atleta para o jogo seguinte, este deve ser inscrito junto à Conmebol até 48 horas antes. Concluindo, para ter novidades já na quinta-feira, o prazo termina nesta terça-feira. Se não quiser trocar ninguém, segue o baile e substitui quando achar necessário, até uma eventual semifinal.

O Atlético deve encarar a partida das oitavas de final da Libertadores da América com muita seriedade. Os jogadores, comissão técnica interina, diretoria e torcida devem ter uma postura diferente nesta partida. Não adianta levar a crise interna para a partida contra o Cerro Porteño. Neste momento o Atlético deve ser grande, respeitar o tradicional adversário e encarar a Libertadores como esta merece ser encarada. O exemplo está muito próximo. Nos países vizinhos da América Latina, a competição toma conta de todos. O espírito é outro e uma eventual má campanha no torneio nacional é deixada de lado, com todas as forças voltadas para o confronto sul-americano, que para eles tem ares de Copa do Mundo. O Atlético deve seguir este exemplo e se hoje não triunfa no Campeonato Brasileiro, ao menos deve entender que na Libertadores da América qualquer um dos 16 times tem as mesmas condições de ser campeão, pois em 2005 sequer a vantagem de empate persistiu. Basta acreditarmos que podemos chegar lá e para alcançar esta meta, mesmo com um elenco limitado (seguindo o exemplo do Once Caldas), faltam apenas oito partidas.

Nesta terça-feira, 17 de maio, de sol e chuva na capital paranaense, comemoro meu 26.º aniversário. Para mim, certamente uma data especial, para o Atlético, mais um dia em sua história! Se este clube que eu tanto amo puder me dar um modesto presente de aniversário, peço apenas a volta dos bons tempos, das vitórias e, principalmente, da paz entre todos os atleticanos, como na velha frase estampada na camisa dos Fanáticos: O Atlético nos une, a união nos fortalece!


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