Sergio Surugi

Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

As soluções

11/05/2005


Leio as declarações do Presidente do Conselho Gestor do Atlético e me preocupo sobre a análise do problema e conseqüentemente com as prováveis soluções que virão a ser propostas. Aparentemente mais uma vez se irá recorrrer à mudança de comando técnico como única medida para corrigir o rumo e desviar a atenção para problemas tão ou mais sérios do que esse.

Edinho é um problema, mas não é o único e talvez não seja o principal. Fleury diz que o elenco é brioso, eu concordo, mas só com vontade e vergonha na cara não se ganham jogos, até porque se assim fosse eu seria um dos maiores jogadores da história do Atlético e tenho absoluta certeza que seria extremamente fácil e barato encontrar mais dez companheiros no meio da nossa torcida.

Vamos respeitar a ressaca e poupar o leitor de uma análise mais profunda, terminando esse texto com uma sugestão objetiva para começar a resolver os problemas do Atlético. Na minha opinião seriam só três coisas, exatamente nesta ordem:

1. Resolver de forma sincera a questão do relacionamento com a torcida, já que a antipatia está se generalizando, contaminando a mídia e tirando a tranquilidade necessária para se trabalhar no futebol profissional do Atlético. É temerário continuar subestimando este problema e achar que as vitórias farão a pressão diminuir. A meu ver a reconciliação do Atlético com o ambiente que o envolve é limitante para qualquer outra medida mais diretamente relacionada com o futebol. Objetivamente: contratem uma consultoria de marketing político.

2. Contratar um treinador com espírito de liderança e experiência em crises, não só para tentar montar um time titular ainda para a Libertadores, mas também com perfil duro, para assim sobreviver às eventuais tempestades e permanecer por tempo suficiente para um trabalho de base. Capacidade e personalidade são os nomes do jogo. A dupla Borba Filho e Lio Evaristo poderia ser a saída caseira para o cargo.

3. Trazer jogadores para as posições carentes, mas que sejam jogadores para chegar e vestir a camisa e que de preferência também tenham alguma habilidade como líderes de grupo. Zagueiro, meio-campistas de criação e referência de ataque são prioridades, ou seja, pelo menos quatro jogadores, além do que já existe sob tratamento médico.

Sei que (exceto pela primeira sugestão) o resto não é fácil, mas tenho que confiar no sentido crítico e na capacidade dos diretores, acreditando que com essas três providências emergenciais, a pressão diminuiria e seria possível repensar algumas outras coisas mais profundamente na continuação.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.