Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Dagoberto, o craque atleticano!

05/05/2005


O Atlético completou no último dia 26 de março 81 anos de história. Desde a fundação do clube, uma série de bons jogadores e outros tantos craques vestiram a camisa rubro-negra. Dentre os inúmeros atletas de destaque que jogaram pelo Atlético, sempre se discutiu qual deles teria sido o melhor. Assim como foram eleitas diversas “seleções” atleticanas de todos os tempos. Essas escolhas são pessoais e arriscadíssimas de serem feitas, pois eventualmente um jogador de grande importância para a história do clube acabará esquecido. O futebol mudou muito, o jogo é mais dinâmico, o Atlético evoluiu, tem ambições maiores e, conseqüentemente, as exigências aumentaram. Isso sem contar que comparar um eficiente zagueiro com um artilheiro é praticamente impossível. Os estilos de jogo e as posições são diferentes, dificultando a avaliação entre um Belini e um Washington, por exemplo.

Mas afinal, quem foi o melhor jogador da história do Atlético? Obviamente que minha escolha poderá ser contestada, mas afirmo com convicção que o melhor que já vi atuar pelo Furacão é o atacante Dagoberto. O jovem craque atleticano é um jogador diferenciado, de muita categoria e rara habilidade, rápido, inteligente, com visão de jogo e um excelente chute. É um atacante que preocupa qualquer sistema defensivo adversário e que em um lance de inspiração pode decidir uma partida, como contra o São Paulo, em 2004, na Arena.

Dagoberto, neste momento, recupera-se de uma cirurgia no joelho esquerdo e logo deverá voltar a empolgar o torcedor atleticano e o povo brasileiro que gosta de bom futebol. Arrisco dizer que não fosse sua contusão, hoje o atleticano teria tanta divulgação da mídia quanto o santista Robinho. Os dois duelavam pelo posto de melhor jogador em atividade no país e pelo título de campeão brasileiro até que, infelizmente, Dagoberto rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e perdeu a disputa com o santista. Naquela partida, contra o Paraná, a torcida atleticana sentiu a perda de seu craque e, apesar da excelente fase de Denis Marques, o risco de perder o bicampeonato brasileiro.

Aqueles que não concordam com o que escrevo devem dizer que o Dagoberto não teve um momento como o de Alex Mineiro em 2001, não fez tantos gols como o Washington em um Brasileiro ou como o Kleber em toda sua história no clube. No entanto, não estou avaliando importância ou momento, mas a categoria, habilidade e qualidade técnica do jogador. E nisso, Dagoberto é insuperável! Nenhum atleticano teve tantos recursos técnicos como o referido atacante e dificilmente teremos outro com o seu nível técnico. Além disso, o atleta tem uma identificação muito forte com o clube. Veio do PSTC ainda jovem e brilhou na categoria de base do Atlético. Sua estréia no profissional era aguardada com muita ansiedade, em razão de sua fama nacional ao se destacar nas mais diversas seleções brasileiras de base. O sucesso anunciado se concretizou e Dagoberto passou a ser respeitado e admirado por todos os torcedores atleticanos. Nesta fase final de recuperação, desejo sucesso e sorte ao Dagoberto, pois o Atlético está carente de seu notável futebol.


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