Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Incertezas

28/04/2005


Mais uma vez o Atlético está em uma rota de altos e baixos. Ainda sob o comando de Casemiro Mior, começou bem a temporada, com bons resultados na Libertadores e no Paranaense. O tempo passou e vierem resultados negativos, com apresentações medíocres como em Cali, contra o América, e frente ao Coritiba no Pinheirão. A partir da transferência do comando para Edinho, foi uma série de alegrias: vitórias pela Libertadores e o título estadual.

Até que veio a primeira derrota. E foi uma derrota preocupante. Não tanto pela atuação individual dos jogadores, haja vista que o time jogou bastante desfalcado, e por já conhecermos a deficiência técnica de Jorge Henrique e Dennys, por exemplo. Mas a desorganização tática da equipe preocupa, e muito, para o futuro. Na estréia do Brasileiro, o Atlético entrou em campo escalado sem nenhum meia de ligação; resultado: o time ficou completamente perdido. O zagueiro Durval virou ponta-esquerda, o lateral-esquerda Leandro, melhor e mais habilidoso jogador em campo, muitas vezes teve que abdicar de auxiliar no apoio para fazer o papel de último zagueiro, já que os outros três da posição haviam se mandado para o ataque... e nada de se criar jogadas trabalhadas com boa expectativa de gol.

Na cabeça do torcedor, fica a incerteza. O Atlético que disputará o Brasileiro será o líder do grupo na Libertadores e Campeão Paranaense ou este amontoado que foi derrotado dentro da Baixada pela Ponte Preta? Dagoberto será mesmo uma opção no ataque? Quando? Fernandinho vai para a Ucrânia? Quando? Denis Marques continuará suspenso ou vai poder jogar? E Maciel, volta para o Porto ou fica? E Aloísio, vai definitivamente deixar o Departamento Médico e atuar em uma seqüência de jogos? E o Rodrigo, está entrando em forma? Vai jogar o mesmo futebol visto no Botafogo e Atlético-MG ou será apagado como no Juventude e Corinthians?

Esta série de perguntas sem resposta é que impede o torcedor de saber o que esperar do Atlético neste Brasileiro. Não consigo dizer se brigaremos pelo título, por uma vaga na Sul-Americana ou se chegaremos a temer pelo rebaixamento. É bom abrir os olhos, pois o campeonato está cada vez mais difícil. Uma seqüência de atuações como esta do último domingo criará uma escassez de pontos difícil de ser recuperada no decorrer da competição.

Me expliquem, por favor

Nesta quarta-feira, abri a Tribuna do Paraná e encontrei uma matéria com a seguinte manchete: "Independiente vence e complica Atlético". Curiosamente, a vitória do "DIM" deixou o Atlético na liderança isolada do seu grupo, dependendo apenas do resultado de seu jogo não só para fins de classificação como também para assegurar a liderança ao final da primeira fase, o que terá implicação direta na formação das chaves para a segunda etapa. Presume-se que, para o autor da matéria, o torcedor do Atlético preferia garantir a segunda posição antecipadamente do que brigar pela liderança. Ou seja, o jornalista desconhece - ainda - que o Atlético, diferentemente de seus rivais da capital, não é clube de se contentar com pouco.

Aliás, a partida contra o Independiente, dia 10 de maio, será uma excelente oportunidade para Edinho mostrar a que veio. O time colombiano precisa da vitória a todo custo, o que afasta uma eventual alegação de que o adversário está retrancado, como aconteceu contra a Ponte Preta. Dentro de casa, com a força da torcida, será o momento de o Atlético mostrar até onde podemos sonhar.


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