Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

O atleticano

07/08/2015


Minha última coluna aqui na Furacao.com só poderia falar daquilo que o Atlético tem de mais importante: o atleticano!

De tudo aquilo que o Atlético nos proporciona, para mim nada é mais incrível do que os atleticanos que conhecemos ao longo da jornada. Os primeiros atleticanos de que tenho lembrança são aqueles que me são mais preciosos: os da minha família! Tenho o privilégio de ter pais e irmãos atleticanos! E tive a felicidade de me casar com um atleticano também!

Desde os tempos de escola, de faculdade, desde os primeiros estágios, o Atlético era o que me unia a desconhecidos que mal acabara de conhecer! Atleticano?! Pronto, já tínhamos algo em comum e naturalmente uma boa convivência começava!

Tem atleticano de tudo quanto é tipo. Os vizinhos de lugar na Baixada, aqueles que só encontramos nos dias de jogos e sabem todas as nossas manias e superstições! Dividem conosco a angústia do jogo difícil e nos abraçam na hora do gol! Desses atleticanos guardo com carinho no coração os da Família Baduy. Eram “apenas” vizinhos de cadeiras, mas por força do destino nos estenderam a mão no momento mais difícil que minha família passou até hoje.

Tem também aqueles atleticanos desconhecidos que nos marcaram por algum motivo e que vivem sempre em nossa memória. Não sabemos os seus nomes nem suas histórias, mas sempre nos lembraremos deles. Como aqueles três senhores bem idosos que estavam na minha frente em 1998 lá no Pinheirão e choraram abraçados feito crianças depois do gol de Dedé. A cena me marcou e me tocou tanto que é a coisa mais linda que lembro daquele título. Aliás, o primeiro título que vi ao vivo o Atlético ganhar!

Outros atleticanos e atleticanas se tornaram grandes amigos. Como a Belisa, a Camila, o Diego, a Evelen, o Henrique, a Marilise, a Michele, a Monique e o Neto. Esses são como da família! A Marilise e o Neto conheci no ônibus que nos levou para São Caetano em 2013. Estavam sentados ao nosso lado e a identificação foi imediata. Tem ainda a Ciça que sempre que pode me empresta o seu smart. E tantos outros que conheci nas redes sociais, tudo gente apaixonada pelo Atlético, com seu atleticanismo próprio que invariavelmente me marca de alguma forma!

E cada um deles, o sonhador, o corneta, o eterno insatisfeito, o otimista, o realista, o teleguiado, o gigante, o sossegado, o político, etc., todos eles são atleticanos e merecem o meu respeito, a minha admiração e o reconhecimento do muito que fazem, cada um ao seu modo e dentro das suas possibilidades, pelo Atlético!

E tem também aquele atleticano que somente estampará essa marca por nossa causa. Aquele atleticano que você foi responsável por formar! Aquele a quem você dedicou tempo para ensinar a amar as cores do Furacão.

Sabem, a primeira vez que escrevi aqui eu participava de uma promoção a respeito dos, então, 86 anos de história do Furacão. Nesse texto eu falava de sonho bonito que eu tinha:

“... e sonho com o dia em que levarei meus filhos na Arena! (...) Olhando a nossa torcida na Arena, admirando cada amigo atleticano desconhecido, vislumbro o meu futuro e já vejo o dia em que marcharei lado a lado com o polaco dos olhos verdes e a minha prole rumo à Arena, estampando no peito a camisa que só se veste por amor.”

Pois encerro a minha jornada aqui vivendo o que desejei nesse primeiro texto! Por conta da incrível gentileza do atleticano Fabão Vieira (ah, atleticano tem dessas também, nos surpreende com gestos de extremo carinho!), domingo estarei na Baixada com meu marido e minha filha! Será o primeiro jogo dela na Baixada! Ela, a Juliana, a atleticana que eu sempre sonhei formar!

Então, domingo, marcharei lado a lado com o meu marido, o polaco dos olhos verdes, e a minha Juliana rumo à Arena da Baixada, estampando no peito a camisa que só se veste por amor!


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