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Ana Flávia Weidman
Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!
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Curiosamente, na mesma semana em que o Clube Atlético Paranaense se negou a dialogar com seus conselheiros, ele receberá para uma reunião alguns sócios do clube, considerados “formadores de opinião”. Digo curioso porque a mesma desculpa dada pela Direção para o não esclarecimento das pertinentes questões levantas na reunião do Conselho Deliberativo – motivação eleitoreira – pode agora ser suscitada para explicar tal ação do clube. Isso porque, com a intenção de fortalecer os meios de comunicação oficiais do Atlético, essa Administração sempre blindou o clube, seus atletas e dirigentes de quaisquer participações em outras mídias. Mas neste 2015 eleitoral, por incrível que pareça, até naquela rádio demonizada pelos nossos dirigentes já tivemos a participação de funcionários do clube.
De todo modo, gostaria de chamar a atenção para algo que tento – em vão, diga-se de passagem – debater com outros atleticanos, especialmente aqueles que apoiam a atual gestão: precisamos de maturidade no debate a respeito das coisas do Atlético.
Questionamentos pertinentes, feitos em momento oportuno, por atleticanos, devem ser esclarecidos. Ponto final. Não interessa eventual motivação eleitoreira, até porque, quando da eleição, será natural que a situação seja compelida a fazer diversos esclarecimentos. Se os conselheiros do clube não podem questionar nada, quem poderá?
Ora, todo atleticano tem legitimidade para perguntar qualquer coisa a respeito de qualquer questão do clube! Digo mais, no que se refere às obras de conclusão da Baixada, todo cidadão poderia fazê-lo, já que 2/3 da obra foi paga com dinheiro público. Há que se dar um basta em infantilidades do tipo “esse cidadão não tem nenhum tipo de contribuição a dar ao Atlético”. Cada um contribui segundo suas possibilidades. Seja adquirindo produtos, sendo sócio ou colocando-se à disposição para o exercício efetivo de algum cargo dentro do clube.
Ainda, a repetição dos mesmos discursos é algo que já cansou e soa como deboche para qualquer ser minimamente inteligente. Falar no projeto iniciado em 1995, insistir em lembrar ações da administração passada (ou pior, quer comparar-se com ela!), transferir a culpa para os sócios, enfim, que preguiça! Será que não é possível dialogar enfrentando diretamente os problemas e as questões do clube, assumindo a responsabilidade pelos rumos que temos tomado?
E tem mais. Onde está a coerência nas atitudes e no discurso? Temos orgulho de dizer que somos profissionais e científicos (veja o DIF – não, não foi uma ironia!), mas quando questionados a respeito dos nossos pífios desempenhos nos antecipamos em dizer que “o futebol não é uma ciência exata”. Ah, vá?! Por isso não podemos apostar tudo num programa de computador nem ignorar a paixão do torcedor. Nesse mesmo sentido já ouvimos que o país enfrenta uma crise financeira que tem dificultado o fechamento de contratos de publicidade, bem como demais ações para arrecadação de verbas. O torcedor sabe mais do que ninguém o quanto tem sido difícil arcar com o valor do sócio. Aliás, uma simples ida ao estádio, hoje, não sai por menos de R$ 200,00 considerando um adulto que vá com seu carro e consuma algo nas dependências do estádio. A crise financeira serve para justificar a inoperância do marketing do clube, mas não é suficiente o bastante para fazer o clube repensar o valor do plano de sócios.
Estamos vivendo um momento complicado, difícil e decisivo na vida do Clube Atlético Paranaense. Ou começamos a tratar dos problemas do clube com maturidade, coerência e transparência, ou continuaremos com esse teatro infantil, de transferência eterna de culpa, de tentativa arrogante de diminuir o sujeito que questiona, de vomitar ironias e agressões ao invés de ter coragem para assumir os erros. A falta de diálogo, de debate, o isolamento, a vaidade, têm acabado pouco a pouco com o Atlético. Ainda dá tempo de mudar. É preciso coragem. E mais do que tudo isso, é preciso que não nos esqueçamos disso em dezembro quando formos às urnas.
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