Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

A mão que balança o berço

07/05/2015


Li essa semana um artigo que tratava sobre a ineficácia de ter-se proibido o cidadão comum portar arma no Brasil. A violência não diminuiu, muito pelo contrário, enquanto bandidos e traficantes obviamente não entregaram suas armas e seguem cada vez aumentando seu arsenal de guerra. A lógica é que “a arma não mata ninguém; mata quem puxa o gatilho”.

Na mesma esteira não vejo a cerveja, ainda inexplicavelmente banida dos estádios ser violenta. Vejo é pessoas que querem brigar, com ou sem cerveja dentro dos estádios, perpetrando cenas de violência Brasil afora todos os meses e em todos esses anos, mesmo com a proibição. A cerveja não comete homicídios ou quebra quebra e sim os desequilibrados que a bebem.

Não sou contra o uso de todo artifício técnico, eletrônico e moderno para a melhora da performance dos atletas. O tão criticado DIF, assunto do qual tratei há um ano na seguinte coluna pode ser bom, desde que bem manuseado. Entretanto o futebol atleticano, aquilo que é ou deveria ser o mais importante dentro de um clube que só tem futebol como o Atlético, parece ser guiado por especuladores, por gente que simplesmente não entende de futebol.

Nossa categoria de base produz Fransérgios em série e pior, agora alguns jogadores sequer possuem estatura de profissionais e sobem ao principal sem os mais elementares fundamentos básicos do futebol. Se o DIF indica um Bady, um Rafinha ou um Daniel Borges e sequer conseguimos formar jogadores que sejam tão limitados quanto os citados, muita coisa está errada!

Não sei exatamente mais o que precisa acontecer para acordarem para a realidade a mudarem profundamente o futebol atleticano. Desde as péssimas partidas naquela patética “pré temporada espanhola” ficaram claras as extremas deficiências do time, escancaradas logo na derrota em casa diante de um Foz montado às pressas e que calou o Atlético e seu presidente dentro do Joaquim Américo.
Foi-se o estadual com o time jogando e mal o torneio da morte, veio a Copa do Brasil e dois empates sendo um deles contra o misto do Remo que luta para ir à Série D e a consagração da incompetência sendo humilhantemente eliminado em casa para o nada mais que modesto Tupi, time que quase caiu no mineiro.

Temos um elenco fraco e os atletas possuem culpa por muitas vezes sequer lutarem. Temos um treinador de quinta categoria e que todos sabemos que não deve durar mais que meia dúzia de rodadas no Brasileiro e que se mostra um completo despreparado para o cargo.

Mas a culpa, a responsabilidade, a cobrança devem ser em quem contrata, em quem assina o cheque, em quem faz e desfaz as coisas à sua vontade e vaidade. A culpa é da mão que balança o berço.


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