Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

O Início do Brasileiro

25/04/2005


"Raça, raça!" Esse foi talvez o grito que mais se ouviu na Baixada neste domingo. Se nos primeiros jogos da "Era Edinho" no Furacão muitas vezes a vontade se sobressaiu à técnica, nesse fim de tarde de domingo o time entrou em campo sonolento e não acordou nem com o gol da Macaca, nos minutos iniciais da partida.

Sempre defendi a idéia de que o time deste ano do Atlético é movido às vaias. Parece que a reclamação da torcida nas arquibancadas acorda os jogadores dentro de campo. Porém, na estréia no Campeonato Brasileiro, nem mesmo as vaias foram capazes de "sacudir" o time. Diante de uma Ponte Preta que não queria atacar, o Atlético perdeu por não saber atacar. E o 1 a 0 ficou barato, pois mesmo tendo um comportamento defensivo durante a maior parte da partida, a Ponte levou muito mais perigo à meta de Diego do que o Atlético ao gol campineiro.

Jogar em casa, contra um adversário fraquíssimo e ainda por cima perder. Provavelmente, o Atlético tenha sido o time com pior desempenho na estréia do Campeonato Brasileiro e ficará o campeonato inteiro lamentando esses três pontos perdidos em casa. O time, recheado de novidades para a torcida, decepcionou. Nem de longe lembra o Furacão que no ano passado fez bonito para todo o país. Sinal de que muita coisa tem que ser melhorada

A começar pelo básico. O time peca no fundamental: erra passes de meio metro e não acerta um cruzamento. Mais uma vez, ficamos na dependência do talento individual dos atletas e nas jogadas de bola parada, que ainda chegam a animar o torcedor.

O pouco que pode-se tirar da partida é a primeira boa impressão que Caetano deixou (nos dando a sensação de ser um bom reserva) e a certeza de que o colombiano Marín terá que jogar muito mais do que vem apresentando se quiser ser titular no Furacão. O recado, o técnico Edinho parece ter dado, deixando-o no banco.

O campeonato ainda está começando. Faltam 41 jogos para o fim da competição. O que o Atlético precisa entender é que são 41 decisões e que a primeira, a segunda, a terceira rodada valem tanto quanto a última. Por isso, jogar com seriedade, respeito às cores Rubro-negras é fundamental. O objetivo do ano ainda não foi cumprido. O título paranaense era algo que beirava ao óbvio para a nação atleticana. Nós queremos mais, muito mais. E brigar pelos títulos da Libertadores e do Brasileiro estão sim no nosso programa para 2005. Esperamos que em campo o time corresponda a essas expectativas.


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