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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Dentre os estudos da história clássica, ainda que a maioria preferisse os romanos, eu sempre me encantei mais pelo espírito lírico da civilização helênica. O fato dos deuses gregos possuírem os defeitos e fraquezas inerentes ao ser humano parece ter me aproximado mais de seu jeito de pensar o mundo.
Confesso que a história de Sísifo me passara desapercebida. Em resumo, ele era astuto, inteligente e conseguiu enganar a morte por duas vezes. Zeus já devidamente aborrecido, lhe deu como castigo ao chegar no que seria uma espécie de purgatório, o tártaro, o trabalho de rolar uma enorme pedra montanha acima, só podendo dar como findo quando ela por lá ficasse. Fato que o penoso e árduo trabalho lhe consumia o dia inteiro e ao chegar perto do topo, já exaurido, não tinha ele forças para continuar e a enorme pedra rolava montanha abaixo. Todos os dias até sua morte.
Ao trabalho repetitivo, cansativo, que exauri e cujo resultado é zero, deu-se classicamente o nome de “trabalho de Sísifo”. Penso que vários departamentos do Atlético devam ter emoldurado na parede a figura do grego rolando pedra acima todos os dias.
Clube havia fechado contrato com a maior organizadora de eventos do mundo, a gigante AEG. Do nada rompe e se alia a uma G3 United, desconhecida, com portfólio zero e que sequer possui um site. Como resultado, teremos shows de gabarito internacional como da banda Kiss e da bela cantora Katy Perry em Curitiba, mas não na Arena da Baixada. A Katy cantará no Allianz Park do Palmeiras quando for pra São Paulo....
Por sinal uma das justificativas para as bizarras cadeiras cinza na Baixada era o fato de ser uma cor neutra e que ajudaria na vinda de shows no novo estádio. Balela! O estádio do Inter é vermelho, do Grêmio é azul, do Palmeiras é verde. Somente o nosso não tem as cores do time.
Se essas tolices ocorressem somente fora de campo eu não me importaria tanto. Na verdade me importo de verdade com o futebol e como o Atlético não tem piscina, salão de festa, basquete, vôlei, quadra de tênis e nem organiza torneio de truco, ainda que “facão” a direção passe na torcida diariamente não temos priorizado o futebol. Somos só futebol, então se o futebol vai bem, o resto é acessório.
Fato que fizemos uma grande campanha em 2013, desmanchamos um time “barato” que deu certo, demitimos um treinador que se não é dos top fez um bom trabalho aqui e mais uma vez insistimos com apostas tresloucadas no elenco ano seguinte e inventamos um treinador pra lá de bizarro. Me pergunto, qual a necessidade disso?
O frágil elenco de 2014, que ficou em oitavo é verdade, esteve muito mais próximo do 14º do que do 5º colocado por exemplo, foi enfraquecido e NENHUM jogador contratado para a atual temporada. A mentira da pré temporada europeia foi desmascarada, fizemos um estadual abaixo da crítica, a maior vergonha futebolística em 30 anos e de prático a diretoria trouxe um jogador que atuou 5 minutos nos últimos 18 meses e não sabe ao certo se vem um atacante que o tal DIF reprovaria por estar visivelmente fora de forma física. A quantidade de erros impressiona e o clube sequer se sensibiliza em baixar o preço do ingresso, algo que até um Palmeiras em semi final de paulista no estádio novo fez e que nos põe com ingresso mais caro que um Corinthians, um dos melhores times da América, jogando em estádio da Copa o mais importante torneio do continente. E nós no torneio da morte!!
Enfim, a direção atleticana ainda insiste em erros crassos, claros e inequívocos, como o da “promoção” de se jogar fora R$ 70 na malfadada Timemania para trocar por um ingresso. Me pergunto em que planeta vivem os gênios comerciais que comandam o clube?
Nunca vi tanto trabalho de Sísifo junto. O Atlético precisa voltar a ser comandado com seriedade, competência e comprometimento com os resultados do futebol.
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