Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

De várzea ou gigante?

19/03/2015


Caros colegas atleticanos, é um imenso prazer voltar a escrever na Furacao.com. Desde minha saída do site, estive atento aos encaminhamentos esportivos do nosso clube e pude perceber, há alguns meses, algo que agora é bastante óbvio: não temos planejamento para o futebol.

Embora a gestão de Mário Celso seja bastante eficiente em construções, propagandas, planos mirabolantes e promessas estupefacientes, a verdade é que o Atlético está navegando ao sabor das ondas. Não sendo o ‘clube diferenciado’ que muitos sonhavam, o rubro-negro hoje tem que se contentar com os mesmos improvisos, gambiarras e fórmulas geniais dos demais clubes brasileiros: contratações que chegam, consomem o dinheiro do clube e não dão resultado algum, apostas equivocadas e base sucateada como balcão de negócios, rodízio intensivo de “professores” e nenhuma tentativa de implementar uma filosofia de jogo, falta de interesse na opinião dos torcedores, desleixo com competições menores... é uma lista sem fim.

Isso só se tornou possível por que o Furacão—que alguns querem transformar em “CAP” e outros em “El Paranaense”—fundamentou sua política de gestão na moeda cínica do medo. Temos medo de criticar os atuais mandatários porque eles nos tiraram da várzea em que vivíamos no ano de 1995; medo das dívidas que rondam nosso patrimônio, de novos aventureiros no comando do clube e de uma nova gestão Malucelli. Medo de torcer. Esse temor velado nos intimida todos os dias e basta um “terceiro lugar” no Campeonato Brasileiro para que os críticos sejam condenados como ‘aves agourentas’ e o ciclo de conflitos recomece.

Ou o Atlético começa a pensar seriamente em ser um clube de futebol ou verá taças e troféus só em museus, na televisão e em miragens.
Clube de várzea ou esquadrão gigante? Se o futuro é uma continuação do presente, como dizem os sábios, a resposta parece bastante óbvia...

Saudações rubro-negras!


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