Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Copo meio cheio ou meio vazio

07/01/2015


O ano de 2014 foi bom ou ruim para o Atlético? Me lembrei das aulas de Direito do Trabalho, onde tudo era relativo, sendo a resposta padrão para a maioria das perguntas um “depende”. Analisando de facetas diferentes, o ano pode ter sido bom .... ou nem tanto!

Passou-se mais um ano e não conquistamos nenhum título. É o quinto ano seguido sem conquistas no time profissional. Em compensação as categorias de base vem fazendo bonito, ou conquistando ou chegando nas finais de praticamente todas as competições no ano. Mas seremos meros formadores ou somos um time de futebol profissional?

Não levamos o Paranaense, mas pudera, jogamos com um time muito mais jovem que os demais. Não seria mais producente, pontualmente o clube colocar de dois a três jogadores por partida, auxiliando, dando tranquilidade e mais cadência do jogo da gurizada? Sem contar que mais uma vez inventamos um treinador, o que atrapalha todo o trabalho de formação e de desenvolvimento desse pessoal.

Tivemos a possibilidade de disputar uma Libertadores, mas não contratamos, por sinal, entramos com um time muito mais fraco que aquele de 2013 e caímos na primeira fase num grupo fraco. Mais uma vez a tentativa de se inventar um treinador deu extremamente errado e o clube demorou demais para manda-lo embora. Na verdade não o fez, ele que teve que se demitir.

No Brasileiro entramos em plena desvantagem jogando quase um turno todo ou só fora de casa ou com portões fechados. Ou seja, terminar sem grandes sustos, longe da zona da degola e com um padrão de jogo equilibrado nos fez sentir-nos no lucro, sabedores das dificuldades enfrentadas.

Mais uma vez o calo na Copa do Brasil apertou. Não sei porquê o Atlético se trava, se bloqueia nesse torneio onde historicamente ficamos nas oitavas, quase sempre diante de clubes inexpressivos enquanto já vimos Juventude, Santo André e Paulista de Jundiaí levantarem o caneco e onde os coxas fizeram duas finais seguidas e já chegaram mais três vezes nas semi. Ou seja, não é impossível chegar lá, mas tem que ter um bom time e que tenha espírito “copeiro”.

Em suma, se tudo não foi maravilhoso, não foi tão ruim. Me espanta entretanto um certo conformismo de parte da torcida achando que está tudo bem, que podemos vender os destaques, não trazer ninguém ou novamente somente apostar e que as coisas por si só se resolverão.

Descortina-se um 2015 interessante para o Atlético que basta não cometer os mesmos erros de sempre (demora nas contratações, insistência com alguns que nada acrescentam, mudanças no comando técnico, eterna aposta em promessas e forçar a barra em escalar alguns jogadores da base) que pode, oxalá, conquistar algum caneco este ano. A torcida pede. A torcida merece!


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