Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Para todos

02/12/2014


Em geral não gosto muito dos comentários do Mauro Cezar da Espn Brasil. Parecendo rancoroso com tudo e todos, ao menos expõe seu pensamento de maneira inteligente. E não costumo vê-lo e muito menos lê-lo. Mas instigado por um post do poeta Alexandre Sugamosto e comentado pela colega e colunista Ana Flávia Weidman, li a crítica intitulada “Detesto o futebol gourmet”.

E concordo.

A opinião dele está aqui

O que quero trazer é o assunto para o nosso Atlético Paranaense. A direção permanece insensível ao preço obtuso do ingresso avulso e luta contra os fatos de que, excetuando-se uma campanha fora do comum, a disputa de títulos importantes ou a volta a uma Libertadores da América, já trabalhamos há algum tempo no limite daqueles que se dispõe a ser sócios. Pelas condições, vantagens e pelo preço, temos um bom número de sócios, sendo que a maioria permaneceu fiel mesmo com o time tendo jogado uma Série B e passado um 2013 de maneira completamente nômade.

Fato é que quem quer ser sócio do Atlético já o é. Querer “forçar” essa associação jogando o preço dos ingressos lá no alto já provou não dar certo. O preço é tão absurdo que mesmo a “promoção” de trocar o equivalente a meio ingresso, ou seja, R$ 70 por um ingresso foi um completo fracasso pelo simples fato que mesmo os R$ 70 ainda são muito caros dependendo do setor.

A tecla que bato é a seguinte: o Atlético é suficientemente grande para todas as classes sociais. Tem Atlético pra todo mundo: tem Furacão para o mais abonado (e diante do Goiás vi o jogo da reta da Brasilio Itiberê onde assistem sentados e mais comportados com muitas famílias e crianças), tem para o frequentador de Pinheirão, Baixada de tijolinho e que hoje empurra o time ficando de pé sentindo o calor da partida da reta da Getúlio e tem o povo da organizada, alguns que sei terem dificuldade financeira para se manterem sócios mas que nunca deixam de cumprir a obrigação com seu clube do coração.

E senhores, vivemos no Brasil! Um país que experimentou um franco crescimento e aumento do poder aquisitivo da classe média nas últimas duas décadas, mas ainda carente de tudo. Temos muito mais pessoas com carências do que com excessos e isso se aplica às finanças pessoais. Repito, nada contra o luxo, conforto e o valor agregado de vários setores do estádio, mas o Atlético e hoje em dia a Arena é tão grande que cabe todo o tipo de torcedor: o que pode mais e o que pode menos. Hoje, pelo preço, só optamos pelo que pode mais, perdendo público, potenciais consumidores e sócios, tendo em vista haver um sem número de atleticanos que se orgulha de um estádio de Copa do Mundo ao qual ainda não conseguiu conhecer pessoalmente.

Espero que especialmente no Paranaense 2015 o clube reveja essa questão e possibilite um valor decente para que muitos atleticanos também venham fazer parte desta festa.

O Atlético precisa de todos os atleticanos, não só os que podem pagar os valores abusivos que hoje são cobrados.

FIM DE ANO

Em breve estaremos fazendo um especial com o que de bom e de ruim o Atlético apresentou em 2014. Um ano difícil mas com um final menos traumático do que poderia ser. Um ano de grande aprendizado. Um ano de volta para nossa casa, definitivamente creio eu.

Por último rendo aqui minha homenagem ao camisa 10 do rival, o meia Alex. Um craque com a bola nos pés foi marcante por todos os clubes que passou. Sempre nos “odiou” e isso é sinal de respeito. Nunca perdeu sua origem coxa-branca, mesmo tendo brilhado intensamente em clubes maiores como o Palmeiras e Cruzeiro, além de ser tratado como um deus no futebol turco.

A quem, independentemente da rivalidade sempre nos respeitou, meus respeitos.


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