Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Ainda não acabou

18/11/2014


O pedreiro não entrega a obra antes de assentar, chapiscar e rebocar a parede, assim como o pintor não dá por finito seu trabalho enquanto não lixar, pintar e dar quantas mãos de tinta forem necessárias. O médico não libera o paciente antes de fazer a última sutura e higienizar a área afetada, assim como o engenheiro não entrega o projeto até se certificar que todos os cálculos constam na planta.

Por que o Atlético parece ter desistido do atual campeonato tendo ainda quatro partidas a cumprir e duas diante de sua torcida? Por que a falta de comprometimento, de vontade e de respeito ao torcedor no jogo do último domingo?

Não entendo a tarja de capitão com aquele que fez um campeonato displicente desde sua frustrada negociação na parada da Copa. Premia-se a preguiça. Não entendo a falta de sensibilidade do treinador ao não perceber que alguns jogadores estão visivelmente desinteressados e por isso mereciam dar oportunidade a jogadores os quais precisamos saber em definitivo se devem ou não renovar e seguir por aqui como Drauzio, Mosquito e João Paulo por exemplo.

O torcedor atleticano entendeu tudo até agora, atraso nas obras, dinheiro curto pro futebol mesmo com a promessa da direção que uma coisa nada afetaria a outra, aceitou ter que passar pelo sacrifício de habilitar seu ingresso e por vezes se ver alijada de acompanhar ao vivo, mesmo tendo pago antecipadamente, sofreu calada pela punição imposta e que nos tirou quase um turno todo de vermos o time em nosso estádio novo, acompanhou as apostas mais do que fracassadas da direção com jogadores obscuros e as eternas invenções no comando técnico e quer o mínimo agora: o respeito do time quando entra no sagrado gramado da Baixada.

O campeonato não acabou e todo jogo com a camisa que só se veste por amor deve ser levado a sério, com vontade e comprometimento. Pelo menos mostraram isso o goleiro Weverton, o zagueiro Gustavo, os alas Suelinton e Natanel (ainda que este por vezes se esqueça disso) e especialmente esse gigante que se tornou o volante Deivid. Nosso camisa 5 que já chamei inúmeras vezes de “limitado” mostra que com dedicação, trabalho e disciplina, toda limitação pode ser ultrapassada. Esse é o espírito que o torcedor atleticano, que tanto dá e tão pouco tem em troca exige de quem entra em campo.

E você torcedor atleticano que exige raça, que quer vitórias e concorda que o campeonato ainda não terminou, faça sua parte também. Vindo da recente campanha que fazíamos merecíamos pelo menos 20 mil pessoas diante do Sport. Exigimos e cobramos com razão? Sem dúvida, mas que tal fazermos a nossa parte também?

ps.: escrevendo as presentes mal traçadas linhas li que o clube renovou com o treinador Claudinei Oliveira. Pelo o que o mercado oferece e pelos valores que o clube se dispõe a pagar é uma boa opção. Mas Claudinei precisa rever sua tática ofensiva e principalmente, ter alguém que o auxilie durante os jogos para ter uma percepção mais clara e rápida do que precisa mudar no panorama dos jogos em andamento. Meus desejos de boa sorte ao simpático e honesto comandante atleticano.


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