Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Sinais de amadorismo

26/09/2014


Amparado pela reforma da Arena de Baixada, 2014 deixou inúmeros sinais de amadorismo do Atlético. Analisados friamente nos fazem entender a nossa atual situação e lamentar que o futebol tenha deixado de ser prioridade para um clube que a razão da sua existência é unicamente o esquecido e marginalizado futebol.

Separei alguns fatos e situações para evidenciar o abandono e amadorismo que tomou conta do clube.

Iniciamos 2014 classificados para a principal competição continental. Fomos comer o Filet mignon com colher espanhola e o resultado todos sabemos qual foi.

Qualquer equipe que leve a sério o futebol jamais deixaria um jogador como Cléberson ser titular em um campeonato de série A. No Atlético o mesmo não só é titular como é intocável. Somente fomos buscar um zagueiro de verdade em setembro. O saldo disso nos faz ser a pior defesa do campeonato, o que convenhamos não é à toa.

O grande personagem no ano no furacão não defende, não arma o jogo e não faz gol. O DIF veio como a grande aposta do clube e se tornou o mico do ano. Fico imaginando o sentimento, do finado Ticão, ao ver que a sua função foi trocada por um programa que não acerta uma.

Bady foi aprovado com todas as condecorações possíveis pelo DIF. Chancelado pelo possante programa a torcida acreditava que veria o novo Zico, quem sabe a mais nova grande revelação do futebol canarinho. Não precisamos de três jogos para ver que DIF tava bugado* e a promessa não tem bola pra jogar no Atlético, mas segue firme de titular.

Você foi convidado pra um churrasco na casa de um conhecido (veja bem, não é amigo). Apurado acabou não tendo tempo de comprar nada pra levar, mesmo assim resolveu ir. Chegando ao churrasco, antes de explicar que não teve tempo de comprar nada para levar é agraciado com uma massagem, um afago e um pedido: coma e beba o que quiser. Assim o faz, come bem, bebe todas e encantado pelo tratamento VIP entra na divisão da conta no final, mas embriagado paga ela inteira. Esse é o Atlético como visitante. Vai, é bem recebido e paga todas as contas no fim da partida, saindo sempre no prejuízo.

Se você está surpreso pela situação do clube no campeonato, lembre-se que estamos com o quarto treinador diferente em apenas nove meses e olhando para trás vemos que o único que convenceu parcialmente foi o mais barato e que já estava no clube e depois foi mandado embora.

Nosso amadorismo pode ser constatado em todos os fatos que citei, mas um lance do jogo contra a Chapecoense talvez seja o melhor reflexo disso. Logo no início do jogo a equipe deles errou bisonhamente e bola foi parar nos pés do Marcelo, frente a frente com um marcador em desvantagem e mentalmente abalado pelo lance contrario. Pegamos a bola e como resultado final conseguimos um lateral, em um lance que qualquer outro clube não desperdiçaria.

Por fim relato uma situação que pessoalmente me incomoda. Na moderna ARENA da Copa, acredite você o melhor lugar do estádio é reservado pra torcida adversária.

Relatadas algumas das nossas ações do ano será que da pra entender a razão de estarmos em franca queda livre, as portas da zona do rebaixamento?

*Do dicionário informal: Com algum tipo de problema que causa mal funcionamento. Vem do inglês “bug”. Giria informática pra “defeito”.


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