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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Verdade relativa
22/09/2014
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Investir na base é uma boa, ainda mais para clubes que disputam em extrema desigualdade financeira contra clubes que quando precisam contam com a ajuda do apito amigo. Mas como qualquer investimento ele precisa ser bem feito, senão não é investimento, é gasto.
Não sei se Marcos Guilherme é tão ruim quanto tem sido, nem se Mosquito será somente uma promessa que se destaca inclusive nas seleções de base como vários outros que nunca vingam no profissional ou se o garoto Nathan vale o quanto pede. Esses jovens foram jogados numa fogueira danada, sendo utilizados como solução quando deveriam ser opção.
Me pergunto se Xaropinho teria se tornado o Kleberson multi vencedor no Atlético e campeão do mundo pela Seleção Brasileira se jogasse num elenco pouco qualificado e sem jogadores mais experientes ao seu lado. Lembro que ele entrava aos poucos, alguns minutos, depois um tempo até conquistar a titularidade e nunca mais deixa-la. Não tenho dúvidas entretanto que tabelar com Kelly e Adriano e ouvindo a voz da experiência de atletas rodados como Sandoval e Axel fizeram bem ao jogo e a cabeça do jovem Kleberson no início da carreira.
O Atlético já mostrou que tal fórmula dá certo. Jadson e Fernandinho, alguns dos jogadores mais brilhantes que vi jogar com nossa camisa, este último um destaque de nível internacional, jogaram armando jogadas para Washington concluir, tendo a segurança de Marinho, Rogério e Fabiano para crescerem no futebol. Hoje vemos o time sub 23 do Atlético jogando o principal campeonato do ano e tendo que pular etapas em sua formação e se vendo pressionados a resolver os problemas de um time carente tecnicamente em todos os setores.
A ideia do sub 23 inclusive é boa, mas como várias coisas no Atlético, extremamente mal executada. Primeiro porque inventam treinadores que nada acrescentam ao desenvolvimento dos atletas e outra porque alguns atletas não passam no teste mas seguem tendo chance jogando e recebem com prêmio a camisa do time de cima. Se o sub 23 é um vestibular para ver quem merece subir, lamento que vários mostram completa inaptidão em jogar futebol profissional de primeira divisão e tiveram a complacência do departamento de futebol e hoje “alimentam” o time principal.
Não se olvide que ano passado vimos a melhor temporada de Manoel, com pouquíssimos cartões e início de sondagem para uma possível convocação. O fato de estar ao lado do experiente Luís Alberto não é mera coincidência. Assim como o jovem e eterna promessa Marcelo conseguiu se destacar, quem sabe por ter o veterano Baier (o qual apoio sua dispensa) mas que nos foi útil e o lépido Everton lhes fornecendo bons lançamentos e boas enfiadas de bola. Qualquer valor individual, salvo a exceção imposta pelos craques fora de série, só consegue desabrochar quando o coletivo funciona razoavelmente bem e por vezes a questão passa a ser muito mais mental que física e aí jogadores mais rodados passam a calma e os atalhos necessários para que o bom futebol consiga se desenvolver.
Ainda há tempo do Atlético consertar o desmanche que fez do time do ano passado, alguns ajustes que deverão correr contra o tempo, pois infelizmente o clube aposta demais e novamente falha no comando técnico durante boa parte do ano. O futebol atleticano não pode é ficar parado como está e achando que por si só vai se resolver.
BAIXADA
Já experimentamos todas as sensações no novo estádio mesmo em pouco tempo de casa nova. Empate, vitórias e derrota já fizeram parte do nosso script de volta ao Caldeirão. Fato é que diferente do que pregava a direção, não houve e nem haverá uma mágica transformação do mediano time atleticano em uma máquina de moer adversários pelo simples fato de jogar em casa com apoio da galera. O que ganha jogos é time bem montado, é jogador diferenciado, é bola na rede e uma defesa segura, coisas que não temos.
O estádio novo incendiado pelo fanático torcedor atleticano não classificou-nos diante de um fraco time de segunda divisão pela Copa do Brasil; não nos serviu para abater um frágil Palmeiras com 10 em campo durante um bom tempo e nem fez com que neutralizássemos um adversário mais forte mas que estava sob controle como o Internacional sábado passado.
Tijolo não faz gol, cimento não acerta passe e nem viga de ferro faz defesa. Por mais maravilhosa que seja nossa estrutura física, futebol ainda se faz e se resolve por seres humanos, por jogadores e nesse quesito estamos bem fracos.
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