Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Sagrado retorno

05/09/2014


E o tão esperado retorno, finalmente, aconteceu. Definitivamente posso me considerar um privilegiado, já que com menos de 40 anos estive nas três reinaugurações da Baixada e guardarei na memória todas essas histórias pra contar.

Ainda garoto, em 1994, sendo vizinho do estádio tive a oportunidade de viver a reabertura da Baixada 24 horas por dia. Sem me preocupar com a necessidade de trabalhar, naquele período esqueci a minha única obrigação que era o estudo e me doutorei em Joaquim Américo.

Enfrentamos e ganhamos do Flamengo, em um jogo que não foi dos melhores, mas que se tornou a pedra fundamental para o que é o estádio hoje.

Demolida por completo, em 1999 voltamos, à época, moderna Arena da Baixada. O jogo contra o Cerro Portenho marcou a nossa volta a um estádio fantástico, responsável pelas minhas maiores alegrias esportivas e também por grandes sofrimentos. Como esquecer o título Brasileiro 2001 e como esquecer o sofrimento para conseguir comprar ingressos para os jogos da fase final do mesmo campeonato.

Filas que começavam na madrugada anterior, apenas atestaram a paixão e fidelidade da maior torcida do estado. Cenas que somente a torcida rubro-negra é capaz de proporcionar.

Começamos 2012 rebaixados e longe de casa. Uma peregrinação que se tornou mais uma provação para o sofrido povão atleticano. Quase três anos depois retornamos em definitivo para o nosso lar em um jogo que vencemos, mas fomos desclassificados, coisas da bola.

Um estádio ultramoderno, padrão FIFA, sede da Copa do Mundo de 2014, mas que como vimos na quarta-feira não perdeu a sua essência, muito pelo contrário. Agora completo o Joaquim Américo, a Baixada, a Arena de Baixada, como preferir o torcedor, está mais quente, mais inflamado e promete ficar ainda pior para os adversários com o teto retrátil.

A Baixada reflete a evolução do clube, quando em 1994 entramos no estádio com um ingresso de papel, em 1999 com um cartão de acesso e atualmente com um cartão pré-pago, com lugar marcado.

Nos três momentos estive ao lado dos amigos e do meu irmão que mesmo morando longe conseguiu estar presente no jogo de quarta-feira. No futuro estarei ao lado do meu filho que já possui o seu lugar no estádio mais místico do Brasil, um privilégio que somente voltando ao passado ele conseguirá dimensionar.

Obrigado Atlético, definitivamente você não presta, mas nós te amamos!


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