Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Os mil dias

03/09/2014


Depois de mais de mil dias, voltaremos para casa! Mais de mil dias, nação! Não foi pouca coisa. Hoje entraremos portões adentro do Joaquim Américo e daremos alma e cor rubro-negra para aquele amontoado de tijolos cinza. É nesta noite que a Baixada voltará a ter vida!

Deixe o ‘mas’ em casa hoje à noite, atleticano. Seja o seu ‘mas’ qual for. O meu tem vários nomes: zaga, preço do ingresso avulso, diretoria, descaso... Hoje não é dia de nenhum ‘mas’. Até porque o ‘mas’ não empurra o time e não faz ninguém jogar melhor. O ‘mas’ erra passes e perde gol debaixo das traves. Definitivamente, hoje não é dia para o ‘mas’.

Hoje é daqueles dias que nenhuma análise razoável serve, porque a razão afasta de nós a classificação milagrosa. Depois de mais de mil dias longe do Joaquim Américo o destino nos reservou um retorno que é a cara do Atlético: volta a massa atleticana e com ela todo o improvável! Aqueles mesmos corações que sustentaram o Furacão na histórica partida contra o Sporting Cristal carregarão o time nos braços nesta noite.

O exemplo de amor e respeito com as cores do Atlético que tanto cobramos de quem enverga aquela que só se veste por amor começa na arquibancada. Começa por mim! Não nos esqueçamos que somos vítimas da violência e da intolerância que nos tirou nove mandos de jogos. Não é possível que não tenhamos aprendido nada. Vamos fazer a única coisa que se espera de nós durante os 90 minutos: torcer!

Estou emocionada desde que acordei. Os amigos já mandaram no celular algumas músicas, depoimentos, vídeos, mensagens. Já ouvi o hino do Atlético uma dúzia de vezes. As lágrimas caem só de imaginar ver subir ao gramado aquele uniforme lindo que aprendemos a amar. Não importa quem o veste, importa para mim o que está escrito naquele escudo: Clube Atlético Paranaense.

A tradição, vigor sem jaça,
Nos legou o sangue forte
Rubro-negro é quem tem raça
E não teme a própria morte.



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