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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Estávamos no terço final do Brasileiro de 1996 e o Atlético tinha um time que jogava bonito, comia com farinha seus adversários dentro do Caldeirão onde Oséas e Paulo Rink infernizavam as defesas adversárias e nos jogos fora de casa aparecia o meia atacante Luiz Carlos que resolvia. Mais uma vez vencemos na Baixada, num clássico 3 X 0 diante do Vitória.
Tudo perfeito? Não para o treinador Evaristo de Macedo.
Do alto de sua experiência e vivência no mundo da bola disse que o resultado era falso, que na verdade o time baiano jogou melhor e que o Atlético que vinha de três vitórias seguidas, deu muito espaço, achou um gol, ficou na defesa o resto do tempo e matou a fatura nos minutos finais da partida. E disse uma frase que nunca esqueci: “dizem que por vezes a gente tem que perder para aprender, mas a gente pode aprender quando vence também né? Eu prefiro aprender ganhando.”
Estamos perdendo e não aprendendo nada com Doriva. Dos últimos cinco jogos, perdemos três, sofremos nove gols e só vencemos o rebaixável Botafogo ainda que tenhamos tomado sufoco do fraquíssimo time carioca.
Dois adendos. O time é mediano, extremamente jovem e a direção peca se omitindo em reforçar especificamente a defesa. Mas o mesmo elenco nas mãos de Leandro Ávila era mais coeso, se expunha menos e os resultados falam por si só.
Ainda não jogamos em casa de verdade. Mas somente tropeçamos diante do Fluminense, no jogo em que Doriva começou a dar suas próprias tintas ao time, inventou o tresloucado esquema com três atacantes e comprometeu nosso sistema defensivo.
Alguns pontos são bastante claros:
- alguns jogadores tem carta branca para jogarem mal jogo a jogo, dezenas de vezes e seguem titulares incontestáveis. A fraca zaga formada por Cleberson e Léo Pereira, o limitadíssimo Deivid e o apagado Bady seguem errando e errando e jogam;
- Cléo pode funcionar, mas desde que exista esquema para isso, senão é peça nula. Temos dois laterais fortes no apoio, uma rara qualidade no atual futebol brasileiro, mas como nossa defesa é muito ruim, eles ficam mais recuados e perdemos força ofensiva. Ademais, para liberar os laterais, deveríamos povoar o meio campo, mas temos peças nulas e um enorme buraco em nossa meia cancha. Doriva prefere encher de atacantes sem que tenhamos quem faça essa bola chegar lá com qualidade, adianta algo?
- Dráuzio é esforçado, um jogador médio, mas é disparado o mais confiável dos nossos zagueiros. É banco!
- Cléo por vezes mal toca na bola e Marcelo esteve até ontem com preguiça no corpo. E quem é banco é o artilheiro do time Douglas Coutinho....
- se não fossem algumas defesas fenomenais de Weverton, teríamos de 4 a 5 pontos a menos na classificação e estaríamos na porta da zona de rebaixamento. Não podemos nos iludir com essa campanha até agora surpreendentemente boa.
Estamos a poucos dias da volta para casa e Doriva vai criando um anticlímax tremendo, já que existe sim a euforia, a empolgação, a expectativa e o orgulho em voltar para casa. Mas existe também a esperança de ganharmos em casa (até agora empatamos com o J. Malucelli e perdemos tomando olé do Corinthians) e contentarmos o torcedor que gosta sim de estrutura, de estádio bonito e confortável, mas se alegra de verdade com bola na rede e vitória do time do coração.
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