Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Sonho

24/06/2014


Tentaria ver Iniesta jogar ao vivo um dia. O pequeno cérebro da maior seleção espanhola da história jogou ali, teoricamente no mesmo gramado onde vimos Alex Mineiro brilhar e também um Rodriguinho da vida judiar da pelota. Mas na realidade existe uma nova Baixada, um estádio bastante diferente daquele que nos acostumamos. Ele parece um sonho, mas é realidade.

Quem está vivendo o sonho de receber uma Copa do Mundo no quintal de casa sabe o que estou falando. Só quem fica dentro de casa, atrás de um teclado e esperando que algum gringo bata na porta de sua casa é que não consegue perceber o clima maravilhoso que erradia na cidade, especialmente nos dias de jogos em Curitiba.

Um breve passeio na Rua XV, uma ida na feirinha de inverno da Praça Osório, uma ida em qualquer noite em qualquer boteco do Largo da Ordem, um passeio na Fan Fest da Pedreira Paulo Leminsky ou simplesmente uma olhada nos ônibus da linha turismo dão clara demonstração que seria um pecado deixarmos nossa linda cidade fora dessa festa. E não raros são os rasgados elogios de quem nos visita, mesmo quem vem de países com belezas tão maravilhosas como as nossas, que elogiam nossa cidade, sua organização, limpeza e clima e nosso estádio.

Sejamos justos, esse foi um sonho que Mário Celso Petraglia sonhou praticamente sozinho. Numa das cidades em que mais houve racha, com uma orquestrada e baixa campanha da imprensa que vestiu a camisa de nosso rival que parou no tempo ao invés de vestir a camisa da própria cidade, ele costurou aqui, ajeitou acolá, brigou sem medo e fez do sonho realidade.

Para mim que sou da geração Pinheirão, que ouvia os gritos de “sem terra” dos coxas, que engoli ter meu solo sagrado chamado de “meio estádio” por uma década, ver a imponente e majestosa Arena da Baixada de pé, recebendo uma Copa do Mundo foi gratificante, emocionante, foi quase surreal.

A hora de cobrar time, querer reforços e tudo mais vai chegar. Mas o momento é de agradecimento e de curtir o maravilhoso estádio que sedia hoje uma Copa do Mundo e que será o palco de nossas futuras conquistas.


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