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Ana Flávia Weidman
Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!
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(Escrevi este texto, inicialmente, em comemoração aos 90 anos do Clube Atlético Paranaense. Reproduzo-o aqui porque chegou o dia de voltar para casa!)
Que maravilha é completar 90 anos de muita paixão na iminência de voltar pra casa. Falta muito pouco para colocarmos um ponto final nesse exílio cruel que foi o período longe da Baixada. Não teve um dia sequer que não imaginei como seria o retorno e só de pensar já fico emocionada. Vivi grandes momentos na Baixada, mas, sem dúvida alguma, o mais especial foi a primeira vez que a vi.
Não era dia de jogo. Eu e meu pai fomos ao ginásio perguntar se existia escolinha de futebol para crianças e se aceitavam meninas (no caso, eu!). Mas, logo que passamos pela entrada corri para a arquibancada. Bem ali, onde ficava nosso escudo, sentei-me e apenas contemplei.
Quando ouvia as partidas pelo rádio, sempre imaginei como a Baixada seria. O gol de entrada, o gol do ginásio, as sociais, o tobogã. Lembro que naquele dia quase chorei. O fato de não ser dia de jogo e tudo estar completamente vazio transformou aquele momento em algo surreal pra mim. Desci até o alambrado e juro que podia ouvir os gritos de “A-TLÉ-TICO” ressoando pelas arquibancadas. Com os olhos vidrados no gramado, conseguia enxergar a camisa rubro-negra desfilando pelo campo.
Mesmo sendo apenas uma criança, aquele momento nunca mais saiu da minha memória. E toda vez que vou pra Baixada é como se eu revivesse essa lembrança. Porque desde aquele dia eu repito o mesmo ritual: antes de tomar o meu lugar, guardo alguns segundos para admirá-la.
Fico tentando prever como será cruzar a antiga entrada da 311 e ver, agora não mais o colégio, nem pombal, muito menos o paredão ou somente o primeiro lance da arquibancada da Brasílio Itiberê. Na próxima vez que colocar o pé na Baixada será para contemplá-la em toda a sua grandeza. E talvez a única diferença entre o momento que virá e aquele vivido anos atrás esteja nas lágrimas. Porque tudo aquilo que não chorei quando criança certamente virá à tona nessa volta pra casa.
(O dia chegou!)
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