Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Volta o cão arrependido

09/04/2014


Não quero ser, ou parecer, uma das aves agourentas que só dão as caras quando o time vai mal. No entanto, não aceito a derrota de ontem de maneira passiva, assim como até hoje não engoli o revés contra a pífia esquadra do Flamengo na final da Copa do Brasil, e é por isso que senti necessidade de escrever uma ou duas coisas sobre nosso fracasso na Libertadores.

O cotejo contra o The Strongest, fraquíssimo, aliás, foi o auge de mais um trimestre de aventuras esportivas do Atlético. Chamo nosso trimestre de aventura, porque é um absurdo que a porfia sangrenta para jogar a Libertadores da América tenha resultado em nada. Um time que se resguardou durante três ou quatro meses e que estava focado apenas em um certame tinha a obrigação de mostrar: um padrão tático, jogadas ensaiadas e resistência física acima da média. Padrão tático não vimos, já que o fanfarrão Portugal tem a velha estratégia de jogar para a torcida e escala o time conforme lhe pique a mosca. Jogadas ensaiadas? Será que podemos descobrir algum ensaio nas lambanças da linha Drurys, o retorno, ou nas trapalhadas de Didi e Dedé (Coquinho e João Paulo)? Nosso preparo físico, por sua vez, foi para o ralo nas alturas bolivianas. Não havia chá de coca, tubo de oxigênio, ou sangue adulterado que fizesse o Atlético correr em campo (e ainda acho que a dispensa de Moraci Santana foi um erro fatal).

Se a diretoria de futebol do Atlético ainda tiver alguma lucidez vai ter que pensar em algumas atitudes imediatas. A primeira delas é dispensar o pífio ‘erudito do futebol’ chamado Miguel Portugal. A segunda é contratar jogadores de qualidade para jogarem na meia cancha e na defesa, dado que o Sr. Cleberson parece ter desaprendido os fundamentos da prática futebolística.

No mais, ficam duas notas de alerta:

- O amigo Juarez alertou para algo fundamental: caímos na falácia do #coxalider e começamos a comemorar ‘o melhor brasileiro na Libertadores’ quando ainda não havia ABSOLUTAMENTE NADA ganho.

- A torcida atleticana aprendeu a se desculpar por todas derrotas. É o campo, é a preparação, é a Arena, é o sub-23, é mau-olhado do ex-presidente, é o governo... perdemos ontem porque jogamos de maneira desorganizada e não demonstramos raça. O resto é conversa fiada.

Ontem, vendo o semblante desanimado do nosso manager, lembrei dos seguintes versos:

‘Volta o cão arrependido
Com suas orelhas tão fartas
Com seu osso roído
E com o rabo entre as patas...’


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