Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Lua vai...

27/02/2014


...iluminar os pensamentos dela.

No pagode que nunca ninguém lembra o nome correto *, há um trecho que diz se ela for eu vou sentir saudade indicando a vontade de que a amada fique ao seu lado. Saudade esta e muito menos amor que a torcida atleticana sentem por mais uma invenção no comando técnico do clube, que atende pelo nome de Miguel Angelo Portugal. Urge trocar de treinador e com certeza Miguel não deixará saudade.

Um treinador que já chegou sob forte desconfiança da torcida e imprensa, vide ser um grande desconhecido e de currículo um tanto opaco. Porém assim foram Ney Franco e Juan Ramon Carrasco, este gringo que pelo menos no começo empolgava com um futebol ultra ofensivo e substituições insanas, pero engraçadas, era uma aposta que poderia dar certo e aquele cuja carreira fala por si.

Surpresa ao constatar que o bom Vagner Mancini, que também chegou sob dúvidas da torcida, pagou um preço excessivamente alto pela falta de atitude do time nas finais da Copa do Brasil, mas que ajudou o mediano elenco atleticano a pelo menos chegar até lá e fazer uma brilhante campanha de recuperação no Brasileiro.

Desde os primeiros vinte minutos do primeiro tempo da primeira partida do ano já notava-se que Miguel não teria êxito aqui. Não precisa ser gênio pra perceber que o sujeito com pouco mais de vinte dias quis implementar uma nova linha defensiva que justamente pecava por jogar em linha muito adiantada, fazendo com que o fraco, mas esforçado Sporting Cristal chegasse com perigo frente a frente com Weverton com uma facilidade incrível. Portugal não se rendeu ao evidente fato de que deveria manter o esquema anterior pois tinha uma defesa nova (ao invés de Léo, Manoel, Luis Alberto e Pedro Botelho, além de Deivid) mas tentou criar algo novo tendo somente Manoel do time de 2013 e ainda inventando os bons Suelinton que é ala direita de volante e o volante Paulinho Dias de lateral direita (!!?)

Sem convicção, mudou a base do time no jogo seguinte, quando precisávamos vencer de qualquer jeito e praticamente não arrematamos a gol durante toda a primeira etapa. No abafa, na raça, numa noite inesquecível e na categoria de Manoel, na frieza do artilheiro Ederson conseguimos uma classificação heroica e repetimos basicamente os mesmos erros diante do The Strongest numa partida que se desenhava fácil para o Atlético.

Não se olvide que diferentemente da maioria dos times, Portugal possui no Atlético todo o tempo do mundo para treinar, só treinar com o time se mantendo longe do assédio da torcida e imprensa, no conforto e segurança do CT do Caju e não temos uma única jogada trabalhada. Sua falta de convicção é patente, muda muito a cada jogo e suas substituições quase sempre acabam trazendo o efeito exatamente contrário do que se espera: o time vai começando a se organizar por conta própria dentro de campo e ele mexe mal, errado e sem timming algum, destacando-se aí colocar a estrela Adriano aos 38´do segundo tempo, depois do adversário ter liquidado a partida na última terça.

Permanecer com ele é postergar o inevitável, assim como foi manter Ricardo Drubsky no intervalo da Copa das Confederações ano passado e demiti-lo logo após a primeira partida da sequencia do campeonato. A aposta em Portugal foi arriscada e não deu certo, paciência. Quanto antes mudar, melhor!

Por fim, vejo que alguns atleticanos veem Miguel Angelo mais como uma tentativa de se aproximar dos espanhóis, talvez abrir as portas de um interessante mercado e vendo possibilidades de novos horizontes para o clube. Nada de errado, mas aloquem o cidadão no institucional do clube, no departamento de relações internacionais e não á beira do gramado anotando no caderninho um jogo que só ele vê.

O maior marketing que o Atlético pode ter é o retorno das vitórias, um time vencedor, uma equipe forte dentro de campo, recuperando um ídolo nacional como Adriano e o vendo produzir fazendo gols e a alegria da nação atleticana. O resto acontece naturalmente, não precisa-se forçar a barra com mais um aventureiro que se mete a treinador.


* Recado a minha amada, sucesso do grupo Katinguelê é hit certo em qualquer videokê, pode teclar 3487 e conferir!


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