Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Ignorância libertadora

14/01/2014


Antes de tudo, gostaria de desejar aos amigos de sangue rubro-negro (e tricolor, verde e branco, etc.) um abençoado e feliz 2014! O meu desejo sincero é que todos vocês e seus familiares tenham um ano incrível!

Terminei 2013 com uma sensação estranha. Embora o ano tenha sido extraordinário por conta dos resultados expressivos que o time alcançou dentro de campo, fora dele tivemos muito que lamentar. Poderia escrever linhas e mais linhas a respeito do meu sentimento de pura desolação ao assistir as cenas de violência vindas da nossa arquibancada ou ao tomar conhecimento da aprovação da FUNCAP pelo conselho deliberativo do clube. Mas, decidi que em 2014 quero curtir o Atlético com a ignorância que eu tinha anos atrás.

Larguei mão de tentar entender essa politicagem nojenta que acaba com o futebol dia após dia. E por consequência vai minando a minha grande paixão. Ruim não é perder. Nem de goleada é ruim. Ver o zagueiro do seu time entregar o jogo no último minuto ou deixar de acompanhar uma partida histórica pelo motivo que for faz parte da nossa vida de torcedor. Entra para o currículo. Machuca de um jeito que vai forjando o nosso caráter atleticano. Naquele momento, dói. Fere um pouco o coração. E vira uma cicatriz. Cicatriz dessas que a gente mostra com um certo orgulho enquanto conta a história de como ela surgiu.

Ruim mesmo é encontrar os amigos e ouvir sobre o valor das obras, dos juros do financiamento, da gestão, do estatuto da fundação, da não punição aos marginais que nos tiraram os mandos de campo, blablabla. O sofrimento pelo 'perder ou ganhar' nós administramos resignados. Agora, esse lado business da bola só tem me trazido indignação.

Quando percebo que situações extracampo estão deixando meu coração pesaroso, gosto de reviver as melhores lembranças que tenho do Atlético. Estou com saudades de estacionar o carro sempre naquele mesmo lugar na Iguaçu e descer correndo a Pasteur para encontrar os amigos no Rabo de Peixe. Não vejo a hora de entrar na Baixada e sentir o coração bater mais forte apenas de saber que, finalmente, voltei para casa. Quero poder sentar ali no meu lugarzinho de anos e anos na curva da Madre Maria e vibrar com meus vizinhos de cadeira como sempre fiz.

Este ano tem tudo para ser inesquecível com o retorno do Atlético pra Baixada e pra Libertadores! Que 2014 nos traga muitos motivos de festa dentro do gramado. Fora dele, quero curtir uma ignorância libertadora!

Parabéns

Em meio a tantas lembranças, hoje não tenho como não pensar na Mariana, minha irmã e mãe dos atleticaninhos mais lindos desse mundo: a Gabriella e o Elias. Quando éramos crianças vivemos episódios tão marcantes tendo o Atlético como pano de fundo que é impossível contar a história da nossa família, da nossa infância, sem falar nas cores vermelha e preta. Nesse 14 de janeiro a Mariana comemora mais um ano de vida. Não vejo a hora de estarmos juntas novamente na arquibancada. Amo você!


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