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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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A culpa é de quem?
12/12/2013
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É impossível não estar com certo receio do que vai acontecer com o CAP. Algumas coisas me chamaram atenção, em especial a postura de Antônio Lopes na cidade de Joinville. Justo ele que sempre esteve à frente do Vasco, no meio da confusão foi o homem que manteve a mais firme posição pela continuidade da partida. Creio que Lopes já tinha a clareza exata do que estava por vir, no que diz respeito ao Vasco. Adepto das teorias conspiratórias descarto a tese da briga por acaso. Penso que ela foi planejada, articulada no meio das brechas que o CAP deu para que o incidente ganhasse à proporção que ganhou. O pessoal da Força Jovem já tinha mostrado o cartão de visitas no centro da cidade, dando uns catiripapos nos incautos menos avisados que passaram perto do hotel onde estava o escrete Cruz-maltino. O histórico entre os dois clubes nunca foi bom, até pelo fato do Atlético carregar as cores do principal rival do Vasco. Some-se a isso o excelente tratamento que sempre foi dispensado ao CAP por Eurico Miranda, ainda vivo e de nada saudosa memória.
E o que se viu? Tudo o que se quiser ver. Se você quer construir uma versão para destruir o CAP, edite as imagens mostrando “pobres vascaínos” correndo desesperados em direção ao meio da sua torcida. Se você quer mostrar uma versão onde o CAP é vítima, mostre os vascaínos primeiro, correndo feito abelhas brancas na direção da torcida do Atlético, como se fossem bárbaros indo em direção à batalha. Se você quer mostrar o despreparo da PM, basta mostrá-los como baratas tontas, sem saber o que fazer em meio ao confronto. Se quiser livrar a pele deles, basta dizer que ao perceber a inoperância da segurança privada, houve uma pronta reação da autoridade policial catarinense. É como se fosse um sanduíche onde você coloca os ingredientes ao gosto do freguês. Qualquer um pode montar o seu.
A Polícia Militar de Santa Catarina também deu um show. Pilatos fez escola em Joinville, pois o Comandante da PM lavou as mãos e culpou o MP, o Ministério Público lavou as mãos e culpou a PM, a administração do estádio que supostamente deveria ter um nível elevado de informações sobre questões envolvendo a segurança da Arena, também lavou as mãos, o prefeito agora quer lavar tudo e só o malvado Atlético-PR não pode compartilhar a culpa com ninguém.
O resultado final vai desembocar em um Tribunal que terá o CAP como réu pela segunda vez, pelo mesmo motivo. Culpado, será a sentença! Punição exemplar pede e pedirá a imprensa! O Vasco é vítima, dirão grandes veículos preocupados com a rentabilidade do campeonato, e que ainda por cima querem ver a equipe de São Januário na Série A. Pegaremos uma pena pesada e disso ninguém pode ter dúvida. Se assim não for, haverá uma grande cobrança sobre o Tribunal, que para não sofrê-la, se mostrará rigoroso. Um cenário caótico onde a torcida já está sendo preparada para “o pior”.
E mais uma vez não conseguimos ter uma semana sem ocupar os noticiários sem confusões à nossa porta. Já sofremos por conta de atrasos nas obras, greve de operários, brigas nas arquibancadas, renovação com o ídolo, confusão por causa disso, daquilo e daquele outro assunto, uma atrás da outra, impiedosamente.
Quem fala do artilheiro do campeonato? E do time que entrou para não cair, chegou a final da Copa do Brasil e está na Libertadores, mesmo se tiver pontos “roubados” pela equipe do Vasco da Gama? Tudo isso perdeu importância e significado diante da violência. Até mesmo Adriano sumiu do noticiário dando lugar a identificação dos caras que estiveram envolvidos no conflito.
O fim do texto é para falar de leve dos Fanáticos sem nenhum tipo de animosidade. Para muita gente se eles não tivessem feito o que fizeram, muitas famílias teriam apanhado da Força Jovem. As pessoas declaram isso nos veículos de comunicação. Ao contrário do incidente na Vila Capanema, onde não houve apoio de ninguém, dessa vez não foi assim. O fato é que não estaríamos lá se não fosse por eles. Porém é inegável que a origem do confronto tem natureza diferente do que ocorreu na Vila. Origem diferente e resultado final igual.
Precisamos superar esse situação de forma rápida, para começar a escrever a história da Libertadores, que está logo ali. Ela vai chegar rápido e sem moleza, com obrigação de vencer para passar a fase de grupos. O mundo da bola não para de girar.
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