Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Sonhando com o caneco

25/11/2013


Eu sempre joguei bola. A vida toda. Desde criancinha. Há 30 anos não era muito comum ver menina jogando bola. Mas eu jogava. E jogava bem. Jogo ainda. E assim como acontecia lá na infância, ainda hoje acho o maior barato fazer gol. Gol de placa, de bico, meio sem querer, de canhota, colocado, três dedos, mascado, estufando a rede, de falta ou de pênalti, não importa. Porque fazer gol e sair comemorando é dessas coisas simples que fazem a vida da gente ter graça.

Assim como os meninos, eu também fingia ser os craques do momento. Quando a fase era ruim, eu era o Sicupira. Jogava na meiuca, só distribuindo bola. Era uma assistência mais linda que a outra: “Presta atenção em mim que você se consagra!”. Noutro momento eu era Oséas, Matosas ou Piekarski. E claro, vivi momentos de pura emoção sendo Alex Mineiro!

Fosse tentando fazer gol na forquilha da garagem de casa ou classificando minha turma para a final dos jogos escolares, o futebol sempre me proporcionou momentos inesquecíveis! Alguns deles nunca saíram da minha imaginação. Outros acabaram sendo muito mais sensacionais do que eu mesma poderia ter desejado.

Esta noite, no CT do Caju, certamente muitos irão sonhar com a consagração. Paulo Baier irá imaginar-se levando a taça, Marcelo fazendo o gol do título, Weverton defendendo um pênalti. E eu estou sonhando há vários dias com a carreata que os atleticanos farão em Curitiba, com a emoção de descer a Buenos Aires e ver um mar rubro-negro em frente da Baixada, com o choro ao telefone dos amigos atleticanos que estarão no Maracanã acompanhando tudo de perto.

Eu bem que tentei descobrir nos detalhes, naquelas pseudo coincidências, nos pequenos sinais que o mundo da bola nos dá, se dessa vez toda essa expectativa e sonho vai vingar. Todos estamos fazendo a nossa parte. Meu irmão verá o jogo no mesmo lugar que viu a final do brasileiro de 2001. Eu já prometi que se tiver penalidade máxima para o Furacão, eu olho a cobrança. É que em 2005 pela primeira vez na vida resolvi não olhar...

Podemos amanhecer quinta-feira enlouquecidos comemorando o título. Ou levantarmos cedo para trabalhar se questionando do por quê teve que ser assim. E no meio de tanta incerteza, de uma coisa não tenho dúvida: como eu te amo, Atlético!

Como eu amo esse clima de agonia, essa esperança de título compartilhada, esse sonho atrevido de conquistar um caneco épico no maior do mundo, na pretensão moleque de meter o nosso Maracanazo na história do futebol. Já tenho um sorriso no rosto e o coração cheio de alegria só de poder sonhar com um feito desses.

Quarta-feira não é dia te ter medo. De hesitação. Nem de desconfiança. Muito menos de incerteza. Dia 27 de novembro de 2013 é aquele dia que, menina, sempre imaginei em acompanhar. Vamos jogar como Furacão que somos! Vamos lá no Rio de Janeiro buscar esse caneco! Vamos com fé que será do jeito que a gente sonhou!


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